Kodo Assets propõe tokenização imobiliária descomplicada e acessível
A empresa busca reduzir a burocracia, melhorar os resultados financeiros de investidores e fugir da alta volatilidade
Mercado imobiliário em alta
Segundo a Exame, o mercado imobiliário cresceu 20% de julho de 2021 até julho deste ano. Graças ao aumento de prazos de financiamento e dos subsídios, as construtoras estão bastante animadas. Além disso, de acordo com o Valor Investe, o rendimento percentual imobiliário anual foi superior a 5% ao ano em 2020 – maior valor desde 2015.
Com estas características, o mercado brasileiro tem uma grande margem de evolução, tendo em vista que o metro quadrado no centro de São Paulo, por exemplo, tende a valer cerca da metade do valor de outras chances cidades norte-americanas e asiáticas.
A Kodo Assets é uma empresa fundada por brasileiros e registrada nas Bahamas, com o objetivo de tokenizar propriedades e prover direitos financeiros aos possuidores de seu token. Trata-se de um produto financeiro similar ao Fundo de Investimento Imobiliário dos Estados Unidos (REIT), que garante determinadas participações sobre o empreendimento aos seus acionistas.
“A valorização do mercado imobiliário de São Paulo é uma conclusão natural, dada a importância de São Paulo para o mundo”, disse Helena Margarido, advisor da Kodo Assets. Segundo levantamento do USA Today, São Paulo é a quarta maior metrópole do mundo; além disso, o estado é o maior polo financeiro da América Latina.
Faria Lima em foco
A Kodo Assets adquiriu uma parcela de cerca de 1.144,52 m² do Edifício SulAmérica, localizado na Avenida Faria Lima, principal “hub” financeiro do Brasil, para seu primeiro lançamento. O prédio foi construído em 2015, sendo um empreendimento bastante moderno e ecológico; tanto é que ele possui o Leeds Certificate, atestando seu compromisso com a sustentabilidade.
Além disso, o Edifício SulAmérica fica bem próximo da estação de metrô Faria Lima e foi idealizado por Aflalo & Gasperini, famosa empresa de soluções arquitetônicas fundada em 1962.
Menos burocracia
Para investir, basta participar de um pequeno procedimento de verificação, também conhecido como Know Your Customer (KYC) e realizar o pagamento por meio de stablecoins, como USDT ou USDC. Os “token holders” receberão renda passiva periodicamente e poderão usufruir de direitos financeiros sobre a propriedade.
Diferentemente de criptoativos tradicionais, estes tokens imobiliários garantem participações diretas sobre um percentual dos aluguéis e sobre a eventual venda do empreendimento. É possível, claro, lucrar por meio da especulação dos ativos – mas o que traz mais estabilidade e segurança nesse tipo de investimento reside justamente em sua capacidade natural de gerar dividendos.
Graças à natureza “borderless” (“sem fronteiras”) da tokenização, investidores de todo o mundo poderão participar do mercado imobiliário paulistano em apenas alguns cliques e por meio de um valor de entrada reduzido.
Regulação
Infelizmente, o Brasil não possui um marco regulatório sobre criptomoedas e demais produtos e serviços blockchain; por conta disso, a empresa teve de ser registrada em outro país. A pauta seria votada este ano, mas foi adiada para meados do ano que vem.
O projeto de lei, inicialmente apresentado em 8 de julho de 2015, foi substituído pelo 4401/2021 e idealizado pelo Deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ). O projeto aguarda por deliberação do Plenário para dar seguimento ao processo de regulação.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.