Maduro força empresas aéreas a usarem o Petro pra comprar combustível

Petro da Venezuela: a criptomoeda nacional que falhou

Os últimos anos trouxeram grandes dificuldades econômicas para o a Venezuela, cuja moeda nativa, o bolívar, sofreu uma grande perda de valor devido à inflação extrema. Ao mesmo tempo, as criptomoedas estavam finalmente saindo das sombras e se tornando uma grande tendência em todo o mundo. É por isso que o país decidiu criar sua própria criptomoeda nacional, apoiada por seus suprimentos de petróleo – a Petro.

A moeda deveria representar um porto seguro do bolívar, mas também para ajudar a contornar as sanções dos EUA. No entanto, o Petro, lançado em 2018, não conseguiu atrair usuários, pois os venezuelanos estavam mais interessados em Bitcoin e altcoins. Agora, Maduro anunciou um plano para trazer o Petro de volta.

O plano de Maduro para reviver Petro

Nesta terça-feira, o presidente Maduro publicou um decreto, declarando que as companhias aéreas que voam de Caracas agora são obrigadas a pagar pelo combustível da Venezuela via Petro. Ele disse,

“Decreto que a partir de agora a venda de todo o combustível vendido pela PDVSA para aviões que operam rotas internacionais será feita em Petro.”

Além disso, ele ordenou que a moeda fosse mais amplamente usada em todo o país.

O fato de os EUA proibirem o uso de Petro e declararem que a moeda é uma farsa também não ajudou a popularidade da moeda.

Outro decreto de Maduro afirma que a moeda também deve ser usada para pagar serviços de documentos do estado, como passaportes. Até o momento, até os venezuelanos evitaram Petro, tanto quanto possível, porque muitos nem sabem como usá-lo. Quanto aos estrangeiros, a moeda não é apenas proibida pelos EUA, mas também foi rotulada como uma fraude por vários sites de classificação de risco.

Ainda assim, os venezuelanos mostraram que estão abertos à ideia de criptomoeda usando moedas confiáveis e descentralizadas para combater a hiperinflação.

Maduro está determinado a fazer do Petro um sucesso

Em meados de maio de 2019, a Venezuela tentou discutir negócios mútuos em Petro com a Rússia. Com os dois países tendo problemas com os EUA, discutiam métodos para eliminar o uso do dólar americano em seus acordos comerciais.

Então, em dezembro passado, Maduro também aprovou bônus para funcionários públicos e aposentados, mas ele insistiu que eles seriam pagos em Petros. Segundo os especialistas, não demorou muito para que as moedas fossem trocadas por bolívares, que depois eram usados para comprar outras moedas. É por isso que o governo do país bloqueou recentemente a possibilidade de trocar Petros por bolívares.

Até agora, o decreto de Maduro sobre o pagamento de combustível carece de detalhes, e ainda não se sabe se as medidas que ele introduziu dizem respeito apenas a empresas venezuelanas ou transportadoras internacionais. Vale ressaltar que os vínculos internacionais com o país têm sido fracos devido a restrições desde que a crise econômica do país começou.

Com isso dito, o Aeroporto Maiquetia da capital do país ainda é atendido por várias empresas, incluindo Iberia, Copa Airlines do Panamá, TAP de Portugal, Air France e Air Europa. Mesmo assim, a Venezuela não oferece vôos diretos para os EUA como consequência de sanções.

Fonte: Bitcoinist

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Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.