Maioria das exchanges sul coreanas não conseguem usar sistema mandatório do governo
A maioria das exchanges sul coreanas não estão conseguindo usar o novo sistema mandatório do governo, recentemente implementado. Seis dos maiores bancos instalaram o sistema, chamado “nome real” (programa que visa acabar com o anonimato nas transações envolvendo criptomoedas), mas apenas três deles resolveram oferecer os serviços às exchanges. Além disso, apenas as quatro maiores exchanges do país estão recebendo este serviço dos bancos.
Apenas quatro exchanges
Faz menos de uma semana desde que o sistema de “nome real” foi colocado em prática. Desde 30 de janeiro, os bancos sul coreanos devem converter as contas virtuais anônimas das exchanges, devendo constar o nome do proprietário, a fim de que o mesmo seja capaz de depositar dinheiro para trocar por criptomoedas.
Os órgãos reguladores anunciaram anteriormente que os seis maiores bancos sul coreanos instalaram o referido sistema: Shinhan Bank, Nonghyup Bank, Industrial Bank of Korea, KB Kookmin Bank, KEB Hana Bank, e Gwangju Bank. Contudo, a mídia local relatou no último sábado que apenas os três primeiros da lista decidiram prover o serviço às exchanges.
Segundo a Associação Sul Coreana de Blockchain, existem, pelo menos, 25 exchanges em atividade em solo sul coreano. Entretanto, apenas Bithumb, Upbit, Coinone, e Korbit tiveram suas contas virtuais convertidas em contas de “nome real”, segundo a mídia local.
Afirmando que o restante das exchanges “continua ignorando as diretrizes do sistema de nome real,” o jornal sul coreano, Hankyung, escreveu:
“O governo está encorajando o monopólio.”
Serviço opcional por parte dos bancos
Enquanto os reguladores sul coreanos garantiram que os seis bancos instalaram o sistema de nome real, a prestação deste serviço aos clientes das exchanges não é obrigatório.
A agência de notícias Yonhap citou um funcionário de um dos bancos, dizendo:
“Emitir novas contas verificadas para uma exchange é uma decisão voluntária do banco.”
O funcionário ainda explicou que:
“Bancos que têm obrigação de prevenir esquemas de lavagem de dinheiro checam apenas procedimentos de controle interno, como confirmação de cliente da exchange e a estabilidade do novo sistema, dispositivos de proteção do cliente, e procedimentos anti-lavagem de dinheiro.”
A agência de notícias elaborou:
“O novo método de emissão de contas é limitado à exchanges cujos sistemas satisfazem os requisitos, o que quer dizer que, caso os requisitos não sejam atendidos, a conta com nome real pode ser rejeitada.”
O Shinhan Bank, que presta serviços à Bithumb, também teve a decisão de excluir a exchange do seu processo de emissão de contas com nome real, conforme relatado pela Asia Economic. Um funcionário do referido banco explicou que:
“Temporariamente, as emissões de conta para a Bithumb estão suspensas, tendo em vista que a exchange está sendo investigada pela polícia.”
Na sexta-feira, a polícia conduziu uma investigação nas dependências da Bithumb, procurando descobrir quem hackeou a exchange no ano passado.
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Quase 1 milhão de usuários afetados
A Associação Sul Coreana de Blockchain estima que cerca de 787600 clientes que utilizam serviços de exchanges de pequeno e médio porte não possuem contas virtuais em conformidade com o sistema mandatório do governo, detalhou a Yonhap. Estas exchanges estão usando contas corporativas para manter as posses de seus clientes, prática que os reguladores querem eliminar, tendo em vista a alta propensão para lavagem de dinheiro. A Yonhap ressaltou:
“Atualmente, algumas exchanges que não receberam suas novas contas confirmaram que suspenderão as transações, caso esta situação persista por muito tempo.”
Entretanto, a publicação apontou que os reguladores disseram ser possível continuar utilizando contas corporativas, desde que as exchanges cumpram com suas obrigações no combate à lavagem de dinheiro, bem como confirmem a identidade dos seus clientes. Ademais, as exchanges estarão “sujeitas a checagens intensivas por parte dos bancos e autoridades financeiras”.
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Fonte: Bitcoin.com
Edição: Webitcoin