Mercado crypto discute proteção e segurança

Possibilidades de autorregulação são debatidas e Bittrex anuncia reforços nos quesitos de segurança

As reações do mercado de criptoativos ao recente ciberataque sofrido pela Binance, são mais um fator que chama a atenção para a preocupação, não só das corretoras, mas de diferentes players do segmento, com o estabelecimento de práticas que ampliem credibilidade e segurança. No exato dia em que foi anunciada a invasão a plataforma chinesa, que está entre as mais importantes do mundo na negociação de ativos financeiros digitais, acontecia, em Chicago, um evento organizado pela OTC Roundtable Asia (CORA), associação que reúne empresas com atuação na área de criptomoedas.

Foram 35 os players presentes aos debates e a implementação de iniciativas de autorregulação, que preservem o mercado de produtos financeiros digitais de hacks e golpes foi um dos temas centrais da agenda. Uma das medidas discutidas foi, inclusive, a criação de uma lista de entidades envolvidas direta ou indiretamente em atividades criminosas, como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Seria uma forma de identificar atores com atividade pretensamente prejudicial ao segmento.

Outra sugestão trazida pelo evento foi o estabelecimento de um protocolo de credenciamento de empresas e entidades ligadas à negociação de criptoativos junto à OTC Roundtable Asia. São medidas que, na visão das personalidades participantes do encontro, podem reforçar a comunidade relacionada ao mercado crypto, prevenindo prejuízos financeiros e de de credibilidade resultantes de ataques e golpes. Como o Webitcoin já noticiou, um estudo da CipherTrace, dimensionando essas perdas, indica que elas podem ter ultrapassado US $ 1,2 bilhão no primeiro trimestre do ano.

Bittrex anuncia reforço na segurança

Na onda de fechar as portas para os crimes cibernéticos, a Bittrex anunciou, logo após o episódio com a Binance, medidas que reforçam a segurança da plataforma. Uma atualização divulgada no Twitter da corretora aumenta o número das chamadas cold wallets dos usuários, aquelas mantidas offline. Na prática, isso quer dizer que a empresa vai preservar um valor superior em fundos inacessíveis aos hackers. O anúncio, via Twitter, também teve o objetivo de alertar e tranquilizar investidores com relação a ocorrência de operações de transferência entre as hot wallets, acessíveis via internet, e os softwares de armazenamento fora da rede.

 

 

Foto de Daniela Risson
Foto de Daniela Risson O autor:

Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.