Metaplanet e SharpLink ampliam apostas em Bitcoin e Ethereum em meio a tensões no mercado de staking

Metaplanet aumenta suas reservas de criptoativos enquanto a rede Ethereum enfrenta desafios de liquidez com saída massiva de validadores

A Metaplanet, conhecida como a “MicroStrategy japonesa”, adicionou recentemente 780 BTC ao seu tesouro, elevando suas reservas totais para 17.132 BTC — avaliadas em mais de US$ 2 bilhões. A empresa tem como meta alcançar 100.000 BTC até o final de 2025 e 210.000 BTC até 2027, dentro de seu ambicioso “555 Million Plan”.

Desde a adoção de sua estratégia focada em Bitcoin em abril de 2024, a Metaplanet tem colhido resultados expressivos, com um rendimento de 449,7% apenas em 2025. No segundo trimestre, sua receita cresceu 42,4% em relação ao ano anterior, atingindo 1,1 bilhão de ienes (cerca de US$ 7,6 milhões).

Enquanto a Metaplanet reforça sua exposição ao Bitcoin, a SharpLink Gaming aposta fortemente no Ethereum. A empresa listada na Nasdaq adquiriu recentemente 77.210 ETH, somando agora mais de 438.000 ETH em seu portfólio, avaliados em US$ 1,7 bilhão. Grande parte desse montante foi alocada em staking, fortalecendo a SharpLink como a segunda maior detentora corporativa de ETH, atrás apenas da Bitmine Immersion Tech. A compra ocorreu logo após mudanças na liderança, com a chegada de Joseph Chalom, ex-BlackRock, como co-CEO.

Apesar de um recuo de 5,7% nas ações da SharpLink no pregão de 25 de julho, a empresa apresentou recuperação no after-market, sugerindo confiança do mercado na sua estratégia de longo prazo em Ethereum.

Entretanto, o cenário da rede Ethereum vive um momento de tensão. Desde meados de julho, a fila de saída de validadores explodiu, passando de menos de 2.000 para mais de 475.000, estendendo o tempo de espera de menos de uma hora para mais de oito dias. O aumento nas solicitações de unstaking foi provocado pela elevação abrupta das taxas de empréstimo de ETH em plataformas como a Aave, que saltaram de 2-3% para até 18%, inviabilizando estratégias de looping com Liquid Staking Tokens (LSTs) e Liquid Restaking Tokens (LRTs).

O colapso dessas operações alavancadas forçou traders a liquidarem posições e resgatarem ETH, pressionando ainda mais os mercados secundários de LSTs/LRTs e ampliando seus descontos frente ao preço do ETH. Embora o movimento de saída tenha sido intenso, a demanda por novas entradas de validadores permaneceu robusta, com filas de entrada nos níveis mais altos desde abril de 2024, mostrando uma dinâmica de recomposição do staking.

O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.