O potencial de mineração de criptomoedas na África
Regiões desérticas e ensolaradas podem ser decisivas para o desenvolvimento do continente
Mineração no deserto? Sim, é possível
Em um vídeo bem-humorado, Pedro Loos, do canal Ciência Todo Dia, comentou sobre o uso de placas solares no Deserto do Saara, o maior deserto quente do mundo. Fazendas solares poderiam ser construídas para gerar uma quantidade realmente impressionante de energia limpa e sustentável.
Por conta do potencial energético existente nesta região, empresas privadas estão fazendo testes de viabilidade técnica para avaliar seus riscos e vantagens. Um complexo de três fazendas solares, cujo tamanho equivale ao de Balneário Camboriú (SC), podem ser capazes de alimentar um terço do continente.
Esta característica fantástica do Saara pode ser aproveitada pela indústria de mineração de criptomoedas, tendo em vista o corte de custos de manutenção no longo prazo, a sustentabilidade e a possibilidade de vender a energia excedente a vizinhos.
Existem várias regiões do Saara que recebem alta incidência de luz solar por 12 horas diárias; sendo assim, o potencial energético para mineração é realmente incrível. O grande problema mora na dificuldade de armazenar tanta energia de maneira eficiente e limpa: entretanto, novas tecnologias de baterias podem surpreender-nos ao longo dos próximos anos e mudar completamente essa realidade.
Embora certas regiões remotas não sejam vantajosas de serem exploradas, pois ficam a centenas de quilômetros de qualquer civilização, a atividade de mineração pode ser feita em locais remotos sem maiores problemas. Com a presença de conexões à internet via satélite confiáveis, não é preciso depender de fibra óptica para realizar tais atividades.
Mais empregos, melhor aproveitamento de espaço e a necessária manutenção do meio ambiente podem ser aproveitadas simultaneamente por meio da mineração de criptomoedas em regiões remotas.
Verdade seja dita, o potencial do continente africano vai muito além da mineração: tomara que, com o tempo, a economia verdadeiramente descentralizada e distribuída seja capaz de sobrepujar as pesadas desumanidades, perpetuadas por atores tirânicos ao longo dos últimos séculos.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.