Negócios cripto: Morgan Stanley, mudança na regra da SEC e entrada dos bancos em ativos digitais

Copia de Contra Capa 20

SEC revoca SAB 121

A SEC revogou oficialmente o Boletim de Contabilidade do Pessoal 121 (SAB 121), uma regra amplamente criticada por suas diretrizes restritivas sobre como as instituições financeiras lidam com criptoativos. A revogação, substituída pelo SAB 122, simplifica os requisitos de relatórios e permite que os bancos dos EUA detenham criptomoedas com mais facilidade.

Sob o SAB 122, as instituições financeiras devem divulgar os riscos e obrigações vinculados à proteção de criptoativos, mas não são mais obrigadas a classificá-los como passivos em seus balanços. Essa mudança, válida retroativamente para exercícios fiscais iniciados após 15 de dezembro de 2024, foi celebrada por líderes do setor e legisladores como um passo significativo para a integração das criptomoedas nas finanças tradicionais.

O presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, French Hill, elogiou a medida, chamando-a de reversão de políticas “equivocadas” e uma vitória para a inovação na América. A Comissária da SEC, Hester Peirce, ecoou esse sentimento, referindo-se ao fim do SAB 121 como um desenvolvimento positivo para a indústria.

Mudanças de liderança e política estratégica

A mudança se alinha com uma nova abordagem sob a liderança do presidente interino da SEC, Mark Uyeda, que adotou uma postura mais colaborativa em relação à regulamentação de criptomoedas em comparação com seu predecessor, Gary Gensler. A liderança de Uyeda, combinada com a pressão bipartidária, criou um ambiente mais favorável para a adoção de ativos digitais.

O governo Trump também desempenhou um papel nessa mudança regulatória, estabelecendo o Grupo de Trabalho Presidencial sobre Mercados de Ativos Digitais. Este grupo tem a tarefa de desenvolver uma estratégia nacional para a regulamentação de criptomoedas e até mesmo explorar a criação de um estoque estratégico de ativos digitais.

Bancos mergulham em criptomoedas

A mudança de política da SEC abriu as comportas para que instituições financeiras dos EUA abraçassem as criptomoedas. O CEO do Morgan Stanley, Ted Pick, anunciou recentemente planos para o banco expandir seus serviços de criptomoedas. Falando no Fórum Econômico Mundial em Davos, Pick enfatizou que o Morgan Stanley está trabalhando em estreita colaboração com os reguladores para garantir o cumprimento à medida que explora maneiras de fornecer serviços de blockchain e criptomoedas.

O Morgan Stanley há muito é líder entre os bancos tradicionais no espaço cripto, oferecendo serviços de custódia de Bitcoin para clientes ricos desde 2021. Durante o boom dos ETFs de Bitcoin em 2024, o banco ganhou manchetes com um investimento de US$ 269 milhões em fundos negociados em bolsa de Bitcoin.

Da mesma forma, o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, expressou entusiasmo em entrar no mercado de criptomoedas. Ele afirmou que, uma vez estabelecida a clareza regulatória, os bancos dos EUA “entrarão com força no lado transacional disso”.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.