Movimento #metoo da China foge da censura por meio de blockchain Ethereum

Os setores econômicos nos quais o blockchain causou uma disrupção não param de crescer, e agora o movimento #metoo da China pode ser acrescentado à esta lista.

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Apesar do fato do governo chinês ter banido atividades associadas com moedas digitais, a tecnologia blockchain deu voz aos ativistas do #metoo.

Yue Xin, uma estudante da Peking University, de Pequim, tentou esclarecer um caso de abuso sexual envolvendo um professor e uma aluna há 20 anos, muito antes dela se inscrever. Yue foi uma de um grupo de estudantes inspirados pelo #metoo a se levantarem contra a onda de abuso sexual que assola o globo. Eles descobriram os detalhes sobre o abuso sexual após receberem um requerimento de “liberdade de informação”.

Oficiais da instituição tentaram silenciá-la, e agora os estudantes estão lutando contra a censura ao documentarem as provas do incidente em um blockchain. Abaixo, um screenshot do Sup China:

metoo screenshot

“Tradução do título: Eu armazenei o caso PKU em blockchain. Ninguém poderá adulterá-lo e todos terão acesso a ele.”

Caixa de Pandora

Yue compartilhou uma carta detalhando como o alto escalão da instituição tentou evitar que ela revelasse detalhes do abuso, explicando como ela foi perturbada para que apagasse a documentação do ocorrido, sendo enviada de volta para casa de forma vergonhosa. Em um caminho doentio que o episódio tomou, a cadeia de eventos quase fez com que a mãe de Yue cometesse suicídio, atitude tomada pela vítima do abuso sofrido há 20 anos. Contudo, em sua tentativa de manter os eventos ocultos, os oficiais chineses abriram uma Caixa de Pandora.

A carta de Yue começou a se espalhar nas maiores plataformas de comunicação da China, WeChat e Weibo. Eventualmente, screenshots foram bloqueados e as mensagens desapareceram.

Em vez de sucumbir ao governo, que tem enfraquecido o movimento #metoo no país, estudantes de tecnologia colocaram as provas juntadas por Yue em um blockchain Ethereum. A carta foi publicada anonimamente através de uma transação de ether que, segundo relatos, custou menos de um dólar.

“É algo simbólico, mas não será facilmente adotado pelas massas. Mídia descentralizada ainda tem muito a amadurecer. Contudo, dá esperança às pessoas,” disse Isaac Mao, que está desenvolvendo uma plataforma midiática baseada em blockchain para combater a censura, ao Bloomberg.

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China e criptomoedas

Cidadãos chineses conhecem bem o histórico do governo quando se trata de limitar seus direitos, conforme evidenciado pela limitação a um filho criada pelo governo. Bobby Lee, fundador da exchange BTCC, comparou o banimento chinês das exchanges à limitação familiar, reforçando seus anseios de que esse banimento seja revogado posteriormente.

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Fonte: CCN