Mt.Gox: é possível recuperar os 850.000 Bitcoins roubados?

Advogado Alexander Zheleznikov, sócio da ZP Legal, acredita que sim

Detentora de 70% de todo o volume de negociação em Bitcoin no ano de 2014, a Mt.Gox viu seu mundo desmoronar com um roubo que, na cotação atual, seria bilionário. Lançada em 2010 e sediada em Shibuya, no Japão, a Mt.Gox era a maior exchange do mundo até o momento em que teve um número aproximado de 850.000 mil Bitcoins roubados.

Exato, oitocentos e cinquenta mil, um número colossal de BTCs. À época, baseado na cotação do Bitcoin, esse valor representava aproximadamente US$ 450 milhões. Nos dias de hoje… mais de US$ 8,5 bilhões. De fato, assustador.

O impacto do roubo foi fortemente sentido no mercado. Medo e desconfiança foram lançados sobre o mercado cripto. Para tornar esses dados ainda mais claros, pense que, em 2014, o Bitcoin passou a maior parte do primeiro semestre abaixo de 700 dólares. Após o hack da Mt.Gox, em fevereiro daquele ano, o BTC caiu violentamente durante os meses seguintes, chegando a custar míseros 155 dólares em 15 de janeiro de 2015.

grafico mtgox 1Gráfico por: TradingView

 

Parte do valor roubado da Mt.Gox pode ser recuperado

Segundo informações veiculadas junto à CoinDesk, o escritório de advocacia ZP Legal defende que é possível recuperar parte dos BTCs roubados. Sediada em Moscou, a ZP Legal procurou os credores da Mt.Gox para tentar recuperar até 200.000 unidades de Bitcoin, o que já representaria uma recuperação de mais de US$ 2 bilhões na cotação atual.

“Nosso plano é representar os credores da Mt.Gox e ajudá-los a se reportar às autoridades russas para que os investigadores possam estabelecer a conexão entre os fundos roubados da Mt.Gox, as operações do BTC-e e WEX, usando o caso de Vinnik”, explicou Alexander Zheleznikov, sócio-gerente da ZP Legal.

A fala de Zheleznikov remete ao operador do já extinto BTC-e, Alexander Vinnik, preso em 2017 e também à exchange russa Wex.

Ainda segundo a CoinDesk, em troca de sua assistência, o escritório de advocacia cobrará dos credores de 50 a 75% da quantia recuperada, bem como uma taxa horária. Contudo, a ZP Legal afirma que só aceitará pagamentos em caso de recuperação bem-sucedida.

“Se nossas suposições dessas conexões estiverem corretas, os [ladrões] acabarão se apresentando e se declarando culpados, e, para reduzir a punição, oferecerão a recuperação de uma parte dos fundos. Se não o fizerem, serão considerados culpados pela aplicação da lei e, então, haverá uma chance de processá-los por danos com base no caso criminal “.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.