Mulheres impulsionam nova onda do empreendedorismo no Brasil em 2025

Mulheres empreendedoras
Fonte: Freepik

O empreendedorismo feminino vive, inegavelmente, um momento de expansão sem precedentes no Brasil. Dados recentes do Sebrae demonstram que as mulheres já representam cerca de 34% dos empreendedores do país, o que é um marco importante. Elas lideram mais de 10 milhões de negócios ativos, especialmente na categoria de microempreendedoras individuais (MEIs). Além disso, esse avanço reflete um ambiente em franca transformação. Tal mudança é marcada pela digitalização, por programas públicos estruturados e por uma crescente rede de apoio ao protagonismo feminino nos negócios.

Em 2025, esse movimento se intensifica com novas iniciativas. Por exemplo, o programa federal Elas Empreendem e o Mulheres Inovadoras, da Finep, demonstram essa ascensão. Este último, em particular, alcançou um número recorde de inscritas neste ano, mais de 650 empreendedoras. Houve um grande destaque para a forte participação de mulheres das regiões Norte e Nordeste. No setor privado, redes como a Rede Mulher Empreendedora (RME) e o Sebrae Delas também ampliaram suas atividades. Elas ofereceram capacitações, mentorias e acesso a crédito, fortalecendo, assim, o ecossistema de suporte e gerando novas oportunidades.

A transformação digital, por sua vez, tem sido decisiva para acelerar esse cenário. Ferramentas de e-commerce, redes sociais e soluções baseadas em inteligência artificial vêm permitindo que empreendedoras escalem seus negócios. Elas fazem isso com baixo custo e maior eficiência. De acordo com um levantamento do Diário do Comércio, 86% das empresárias brasileiras acreditam que a IA contribuirá para o crescimento de suas empresas até o fim de 2025. Isso mostra uma confiança clara na tecnologia.

Desafios e o impacto redefinidor na economia

Apesar dos avanços evidentes, barreiras estruturais significativas persistem no caminho dessas empreendedoras. Primeiramente, a dificuldade de acesso a crédito permanece como uma das principais limitações. Dados do Ministério do Empreendedorismo indicam que 42% das mulheres tiveram pedidos de financiamento negados em 2024. Este percentual é quase 20 pontos maior do que o observado entre homens. Portanto, é necessário um olhar mais atento para este desequilíbrio. Soma-se a isso a complexidade da dupla jornada, um fardo que muitas mulheres carregam. Além disso, desigualdades raciais e regionais ainda dificultam a expansão de negócios liderados por mulheres. Especialmente verdadeiro fora dos grandes centros urbanos.

O que vemos é uma geração de mulheres que empreende com propósito, tecnologia e coragem. Elas estão criando soluções que resolvem problemas reais e trazem diversidade para o ecossistema de inovação brasileiro“, afirma Rebecca Fischer, co-fundadora e Chief Strategy Officer (CSO) da Divibank.

Para além dos números impressionantes, 2025 marca, definitivamente, uma nova fase do empreendedorismo feminino no país. As mulheres não se limitam a criar empresas. Em vez disso, elas redefinem ativamente modelos de gestão. Elas incorporam práticas sustentáveis e fortalecem uma cultura de inovação e impacto social. Por conseguinte, startups lideradas por mulheres têm se destacado em áreas cruciais. Isso inclui tecnologia educacional, moda circular, alimentação saudável e negócios de impacto. Assim, o protagonismo feminino se consolida como um motor de transformação econômica e social no Brasil.