Novidades da IA: Robôs cirurgiões e redes sociais dominadas por bots

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A tecnologia segue transformando áreas fundamentais da sociedade, e 2024 foi um marco nesse avanço. De robôs capazes de realizar cirurgias de forma autônoma a redes sociais cada vez mais povoadas por inteligências artificiais, o impacto dessas inovações está moldando o futuro em ritmo acelerado.

Robôs cirurgiões: Uma nova era na medicina?

Pesquisadores das universidades de Johns Hopkins e Stanford deram um passo significativo na automação de procedimentos médicos ao treinar robôs cirurgiões usando vídeos. Diferentemente dos modelos tradicionais, onde robôs apenas assistem médicos durante cirurgias, essa nova geração é capaz de realizar tarefas complexas de forma autônoma, como manipular agulhas, suturar ferimentos e até corrigir erros sem intervenção humana.

Os robôs foram treinados por meio de um sistema que converte vídeos de práticas médicas em dados numéricos, que, por sua vez, geram ações específicas para o robô. “Desenvolvemos uma abordagem que permite conversar com o robô como se fosse um residente cirúrgico”, explicou Ji Woong “Brian” Kim, pesquisador envolvido no projeto.

Além de acelerar procedimentos médicos, esses robôs podem ajudar a mitigar a escassez projetada de 10.000 a 20.000 cirurgiões nos EUA até 2036. Apesar disso, especialistas destacam desafios importantes, como a responsabilidade em caso de erros cirúrgicos, questões de privacidade na utilização de vídeos reais para treinamento e o risco de dependência excessiva de médicos em relação à tecnologia.

“Não queremos substituir os cirurgiões, mas sim facilitar o trabalho deles”, afirmou o professor Axel Krieger, da Johns Hopkins University. Contudo, como alertou o diretor de cirurgia robótica da Universidade de Miami, Dipen Parekh, “os stakes são altíssimos, pois lidamos com questões de vida e morte”.

Redes sociais e bots de IA

Enquanto robôs entram nas salas de cirurgia, as redes sociais também estão sendo reformuladas pela inteligência artificial. A Meta, empresa por trás do Facebook e Instagram, está investindo fortemente em bots gerados por IA que poderão interagir com os usuários como se fossem perfis reais.

Segundo Connor Hayes, vice-presidente de produtos de IA generativa da Meta, os bots terão biografias fictícias, fotos de perfil e conteúdo gerado automaticamente. A ideia é aumentar o engajamento em suas plataformas, especialmente entre os jovens, considerados mais entusiastas das tecnologias de IA.

A Meta já lançou ferramentas que permitem aos usuários criar seus próprios bots e testar interações em ambiente virtual. Embora a tecnologia tenha atraído interesse, a maior parte dos bots criados foi mantida privada pelos usuários, o que sugere que muitos ainda veem o recurso como algo em desenvolvimento.

Apesar do potencial, críticos alertam para os riscos. Becky Owen, especialista em inovação, destacou que contas falsas de IA podem ser usadas para amplificar desinformação e manipular narrativas, caso não haja salvaguardas robustas.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.