Nvidia não fez o suficiente para evitar mineração de criptomoedas
Relatório aponta que a redução da hash rate é insuficiente para prevenir compras em massa por parte dos mineradores; mercado gamer pode enfrentar nova escassez de placas de vídeo.
Medida tímida
De acordo com relatório apontado pela PCMag, a tecnologia Nvidia Lite Hash Rate (LHR) não foi bem-sucedida para impedir que placas de vídeo, antes dedicadas exclusivamente ao público gamer, sejam adquiridas em massa por mineradores de criptomoedas.
A tecnologia foi inserida em massa na linha RTX 3000, a mais recente da marca até o momento. Por meio dela, a fabricante busca reduzir a capacidade de mineração de Ethereum (ETH).
Contudo, Blake Teeter, um minerador de criptomoedas nos Estados Unidos, continua comprando placas de vídeo – inclusive com LHR. O motivo é simples: mesmo com a limitação da hash rate, os dispositivos ainda são capazes de entregar bons lucros aos mineradores:
“Sim, sinto que LHR não tem sentido. Não é algo que acabe com os mineradores.”
Escassez
Teeter possui cerca de 95 placas de vídeo dedicadas exclusivamente à atividade. Os equipamentos foram adquiridos por meio de vários marketplaces. Dessa forma, mineradores são capazes de prejudicar substancialmente o mercado gamer.
Por conta da falta de chips gráficos em circulação, lojas tiveram de elevar os preços para controlar a escassez.
Segundo a NiceHash, plataforma cripto que auxilia usuários a criar seus sistemas de mineração, a iniciativa da Nvidia não ajudou em nada a desencorajar os mineradores.
O poder de mineração das placas de vídeo foi reduzido em cerca de 50% por meio do LHR. Entretanto, a própria NiceHash desenvolveu softwares capazes de burlar parte dessa restrição; com isso, a eficiência de mineração subiu para 70%.
Segundo relatório, uma RTX 3080 Ti é capaz de garantir lucros mensais aproximados de US$ 125; a RTX 3070 Ti, US$ 108. Dezenas (ou mesmo centenas) de placas de vídeo desse porte, integradas à mineração, ainda são capazes de oferecer ótimos retornos financeiros.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.