O conceito da Stablecoin e suas virtudes de mercado
Na sua tradução para português, o termo significa “moeda estável”, o que é uma verdade parcial, pois não existem criptomoedas verdadeiramente estáveis. Este termo é utilizado para estes tokens pelo fato de serem menos voláteis que outras, como por exemplo, o Bitcoin.
Originalmente, a stablecoin deveria se manter emparelhado com a principal moeda do mercado financeiro, o dólar americano. O propósito deste projeto era o de substituir literalmente o dinheiro físico, uma vez que já usamos o dinheiro de maneira digital.
O montante de dinheiro retido no mundo é absurdo, sendo uma fantasia a impressão de notas para representar seu montante. Nós já utilizamos dinheiro virtual por meio de transferências, cartões de débito, crédito, etc, logo, porque não declarar sua virtualidade com uma criptomoeda?
Esta ideia recorrente em todo o mundo e se tornou a base do projeto stablecoin. Com o dólar no foco da stablecoin, sua meta seria se parear com ele, mantendo o mesmo valor.
Com a evolução do projeto, outros ativos entraram no foco das stablecoins, como os metais preciosos, tais como ouro e prata, que são utilizados como base monetária desde a idade média.
Os valor da stablecoin
A elaboração da stablecoin é uma utopia no mundo das criptomoedas, contendo basicamente 5 valores.
- Auditabilidade
- Conformidade
- Estratégia Fallback
- Sistema de imutabilidade
- Translucidez
A soma destas cinco propriedades resultaria em uma criptomoeda com o seguinte potencial: Ela seria averiguada e auditada por seus usuários e investidores, estando sempre disponível a livre demanda de maneira clara em todos os seus passos. Tendo por trás de tudo um sistema que a mantém lado a lado com o ativo em foco e caso venha a ocorrer alguma falha sistêmica, uma ação de contingência seria capaz de garantir o reembolso dos fundos aplicados.
No papel é muito interessante, mas aplicar todos estes conceitos é extremamente difícil, tanto que não existe nenhuma criptomoeda que atenda a todos estes ideais, sempre fica algo para trás.
As duas melhores formas de assegurar o valor de uma stablecoin seria pelo instrumento centralizado ou de forma colateral descentralizada.
Pelo método centralizado é necessário que o ativo escolhido para o pareamento seja material, por exemplo, uma moeda estatal como o dólar ou o ouro. Neste caso é utilizado o pareamento simples, onde um ativo representa um token.
Para o ativo descentralizado seriam utilizadas outras criptomoedas. Desta forma a garantia passa a ser volátil, sendo necessário uma superproteção maior que o pareamento comum, sendo necessário mais de um ativo para representar um token.
Também é possível se auto assegurar, ou seja, usar seu próprio valor de mercado como garantia, mas este método não passa a mesma sensação de compromisso com o investidor, como os conceitos anteriores.
Portanto, a stablecoin lança na blockchain a quantidade de tokens que reflete o valor de seu montante em ativos, sejam eles físicos ou virtuais.
A mecânica das criptomoedas estáveis
A stablecoin mais difundida no mercado é o Tether, que baseia seus fundos de garantia no próprio dólar americano, que também é o seu alvo de pareamento simples. O Tether foi lançado em 2014 sob a premissa de que há 1 dólar em conta bancária para cada token.
Mesmo sob controvérsias relacionadas a Bitfinex na garantia de fallback do Tether, seu valor de mercado hoje é de R$ 3,89, enquanto o dólar está em R$ 3,84.
Em relação às desvantagens deste projeto, devemos destacar o tempo para a movimentação do ativo, pois ele é totalmente contrário às demais criptomoedas.
O Bitcoin, por exemplo, possui transações extremamente velozes e baratas por utilizar o processo descentralizado do blockchain, já a stablecoin usa o blockchain até chegar na instituição terceirizada que cuida dos seus ativos, ali ele esbarra em um processo totalmente centralizado e mais caro, mudando o princípio original da transação.
Mesmo que uma stablecoin utilize um ativo digital, ele sofrerá com custos de tempo e valor mais altos que as demais criptomoedas, pois é preciso que as transações trafeguem entre as blockchains para concluir o processo.