O que é DAICO?
O que é DAICO?
É uma melhoria no modelo de angariação de fundos de ICOs, que incorpora certos aspectos DAO – formando a DAICO.
A ideia foi sugerida por Vitalik Butein em janeiro deste ano, e visa tornar as ICOs mais seguras ao envolver investidores no início do processo de desenvolvimento do projeto.
Ela permitirá que token holders votem pelo reembolso das quantias investidas, caso não estejam satisfeitos com o progresso feito pelos desenvolvedores.
Para projetos que implementem este conceito, será forçada a prestação de contas por parte dos desenvolvedores, deixando os holders mais tranquilos ao saber que podem ter seu dinheiro de volta, caso o produto não se mostre viável.
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Como funciona a DAICO?
Ela se inicia como um smart contract em forma de contribuição.
O contrato DAICO terá um mecanismo onde contribuidores podem enviar valores a um projeto, em troca de tokens específicos. Quando o período de crowdsale termina, o contrato proíbe qualquer um de continuar contribuindo, como já acontece em uma venda de token normal.
Há uma variante que entra em ação findo o período de contribuição, chamada “variante torneira” (tap variable). Essa “torneira” pode ser ajustada para predeterminar o montante por segundo que desenvolvedores podem sacar do fundo de venda de tokens.
Inicialmente, o limite será zero, podendo os contribuidores votarem uma resolução para aumentar este valor.
Quais são os elementos incorporados da DAO?
São três os principais elementos retirados da DAO.
Primeiro, em nenhum momento há total confiança depositada em uma equipe centralizada. Decisões sobre os fundos, desde o início, são tomadas através de um sistema democrático de votação.
Segundo, o valor das contribuições não é predeterminado, mas ditado por um mecanismo onde o spread é implementado com o decorrer do tempo.
Por fim, há a oportunidade de reaver o dinheiro investido. Essa decisão é baseada na “sabedoria da multidão” (wisdom of the crowds), ou seja, os contribuidores podem votar por um ressarcimento das quantias restantes, caso a equipe de desenvolvedores falhe em implementar o projeto.
Como isso é diferente de uma ICO?
A principal diferença é o acesso aos fundos.
Em uma ICO, quando a venda de tokens termina, os desenvolvedores possuem total acesso aos fundos arrecadados.
Os desenvolvedores devem calcular antes da arrecadação a quantia mínima necessária para produzir um projeto viável e, quando esta quantia é atingida (chamada de soft cap), eles podem iniciar as atividades de desenvolvimento, gastando o dinheiro onde acham necessário. Caso o soft cap não seja atingido, eles devem devolver o dinheiro. Contudo, caso ele seja atingido, não há uma obrigação real dali em diante.
Com a DAICO, contribuidores podem votar em resoluções (durante o período de desenvolvimento) para aumentar a vasão da torneira, ou para retornar os fundos arrecadados restantes (contrato de auto-destruição).
Quais são os benefícios, comparando-se a uma ICO?
Mais controle é dado aos investidores.
Contribuidores têm um poder de palavra maior, alem de influenciarem no estágio de desenvolvimento do projeto. Caso não estejam contentes com o progresso do projeto, eles podem ser reembolsados.
Isso mitiga completamente os riscos de golpe de ICOs, onde desenvolvedores realizam uma venda de tokens e fogem com o dinheiro assim que ela termina.
Tendo em vista que a quantidade de fundos liberada do smart contract é limitada e estritamente controlada, isto reduzirá a ocorrência dos “51% attacks“. Mesmo que um ataque desta natureza ocorra, o dano se restringirá à quantia cuja liberação foi autorizada pelos contribuidores, ao abrirem a “torneira”.
Em uma ICO, quando a equipe termina de angariar dezenas de milhões de dólares, há uma deterioração na motivação para implementar o projeto; ou, no mínimo, as atividades de desenvolvimento diminuem de forma significativa. Com o modelo DAICO, a motivação da equipe para dar vida à ideia é sustentada por um período vitalício.
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Quais são os possíveis desafios de uma DAICO?
Como todo novo conceito, existem arestas a serem aparadas.
Caso os desenvolvedores retenham uma grande parte das tokens distribuídas, eles precisam influenciar somente uma pequena parcela dos contribuidores para manipular uma votação e conseguir uma maior liberação no smart contract.
Educar os contribuidores também é crucial. Eles precisam entender porque o valor de um token específico está aumentando ou diminuindo, para que tomem as decisões corretas enquanto estejam votando para abrir mais a torneira, ou para que os fundos sejam ressarcidos. A melhor decisão é aquela baseada nos fatos relacionados ao projeto em si, não em emoções vinculadas ao valor de um token em particular.
Por fim, contribuidores podem se deixar levar, colocando toda sua confiança no conceito DAICO e acreditando não mais ser necessária sua participação nas votações, reduzindo o limiar da maioria e, consequentemente, enfraquecendo o mecanismo de segurança.
Quais são algumas das principais características da DAICO?
É difícil dizer, já que o conceito ainda não foi implementado.
Contudo, em resposta a esta questão, é de grande ajuda dar uma olhada no projeto que planeja conduzir a primeira DAICO do mundo.
The Abyss é uma plafatorma de distribuição digital da próxima geração, baseada em um ecossistema de recompensas cripto, que planeja dar à DAICO as seguintes características:
- Uma resolução para votar na “abertura da torneira” só pode ser iniciada pelos desenvolvedores do projeto;
- Há um limite percentual máximo para “abrir a torneira” em uma única ação (para prevenir abusos);
- A frequência com a qual a torneira é aberta é limitada (por exemplo, não mais do que uma vez a cada duas semanas);
- Somente tokens de investidores podem ser usadas para votar, e não aquelas das quais têm posse os desenvolvedores.
- Contribuidores serão informados com antecedência sobre uma votação;
- Quando contribuidores resolverem finalizar o projeto, o smart contract se alterará a fim de reembolsar o dinheiro dos mesmos, ao mesmo tempo em que destrói tokens possuídas por desenvolvedores.
Fonte: The Cointelegraph
Edição: Webitcoin