ONU coloca blockchain no centro de seu novo grupo de alto nível para cooperação digital

O secretário-geral da ONU, António Guterres, criou um “grupo de auto nível para cooperação digital” que explicitamente coloca a tecnologia blockchain em sua agenda.

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O grupo, tido como primeiro do seu tipo, juntará vinte eminentes figuras acadêmicas, da indústria e da sociedade civil para tratar dos impactos que as tecnologias digitais causam nas economias e sociedades globais – um impacto de “escala sem precedentes” e de “alta velocidade”, conforme as palavras de Guterres.

Representando o novo órgão em nome do secretariado da ONU, a diretora executiva e co-diretora, Amandeep Gill, afirmou:

“Você não pode olhar para a ‘web 3.0’ sem olhar para o blockchain ou para a inteligência artificial […] Nossa esperança é que através do debate sobre estes diversos domínios digitais […] em termos de direitos humanos, privacidade e subversão da democracia, nós possamos surgir com alguns princípios comuns, fortalecendo a cooperação entre países.”

Gill enfatizou as oportunidades e riscos, além das consequências não intencionais, da transformação digital, mencionando a crescente preocupação com ciber ataques e as suspeitas de fraude de eleições.

A embaixadora considerou que a postura do grupo em relação às novas tecnologias, como blockchain e IA, permitirá que o impacto seja maximizado durante seu mandato de nove meses.

O secretário-geral também revelou que os co-diretores do grupo serão Melinda Gates e Jack Ma, fundador da gigante do e-commerce Alibaba.

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Ma introduziu tecnologia blockchain por meio da afiliada da Alibaba, Ant Financial, em meados de 2016. A empresa angariou desde então US$14 bilhões para o desenvolvimento desta tecnologia, tendo recentemente realizado testes bem sucedidos de suas primeiras emissões em um blockchain.

Com Ma recentemente afirmando que o impacto do blockchain no futuro da humanidade pode ser maior do que podemos imaginar, seu lugar no novo grupo da ONU pode ser um passo positivo na disseminação global desta tecnologia.

Por sua vez, a ONU tem explorado diversos casos de uso – principalmente humanitários – do blockchain, começando pelo uso do protocolo Ethereum para transferir cupons baseados em criptomoedas para refugiados sírios.

Desde então, a entidade também testou um sistema de identidade digital baseado em blockchain, com o intuito de combater o tráfico global de crianças. Em abril, o governo belga contribuiu com 2 milhões de euros para promover um projeto baseado em blockchain para o Programa Mundial de Alimentos (PMA), que permitirá que a ONU utilize a tecnologia para combater a fome em áreas de pobreza.

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Fonte: The Cointelegraph