“Operação Criptomoeda” em SC afasta operadores de pirâmide financeira

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Go Capital, pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, está impedida de criar relações com suas vítimas. Imagem: Go Capital Empresa/Facebook

Os envolvidos não podem mais entrar em contato com investidores cripto; descumprimento da norma pode causar prisão preventiva.

Golpistas cripto sob cerco

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou o afastamento de 13 golpistas de suas atividades. Com isso, membros da Go Capital não podem mais entrar em contato com as vítimas do embuste.

No dia 17 de junho, a Go Capital anunciou em sua conta no Facebook que suas atividades cripto haviam sido suspensas “por força da decisão judicial 5004363-86.2020.8.24 da 2ª Vara Criminal da comarca de Balneário Camboriú”.

Trata-se do resultado dos esforços da “Operação Criptomoeda”, encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO). Os trabalhos da polícia foram iniciados em junho de 2020.

Modus operandi

Segundo a 6ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú, a empresa se apresentava como suposta investidora de criptomoedas. Além disso, afirmava operar com ativos da Bovespa, além de forex, opções binárias e em bolsas estrangeiras.

Para piorar, os criminosos publicavam regulamente informações falsas a respeito do mundo cripto, prometendo lucros exorbitantes em uma margem muito pequena de tempo.

A página do golpe, agora fora do ar, era bem-feita e chamava a atenção das vítimas em potencial. O próprio MPSC admitiu que a qualidade da página ajudou os criminosos a permanecer incógnitos por mais tempo.

Os 13 envolvidos no esquema agora são réus pelos crimes de propaganda enganosa, pirâmide financeira, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Cerca de 3.500 indivíduos investiram criptomoedas no golpe.

Lista de marginais

Confira os nomes e o portfólio por trás de cada envolvido na pirâmide Go Capital:

  • Daniel Cruz Pereira: Atuava como presidente, responsável pela administração e operações financeiras administrativas.   
  • Alexandre Gonçalves Padilha: Atuava como trader (operava parte dos valores arrecadados), por meio de operações com bitcoins e no mercado Forex (proibido no país).   
  • Carlos de Oliveira Florentino: Ocupava a função de “Diretor de Expansão Global” que, na prática, implicava na divulgação da empresa por meio da realização de convenções e treinamentos em todo o território nacional para atração de investidores e formação de líderes.   
  • Mara Rubia Serrão: Advogada e amiga pessoal de Daniel Cruz Pereira. Prestou orientação jurídica desde a fundação da empresa, a fim de mascarar a ilicitude do negócio.   
  • César Augusto de Camargo Cardon: Indicado para ocupar o cargo de diretor, mas na prática era apresentado com mero funcionário. Braço direito de Daniel, prestava atendimento aos investidores e participava ativamente das atividades da Go Capital.   
  • Genilson Sampaio de Almeida: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira. Considerado um dos maiores líderes de pirâmides financeira do país, com rede superior a 15.000 (quinze mil participantes), que o acompanham em empresas similares. Já havia atuado como líder em empresas similares.   
  • Leonir Alba: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira. Considerado um dos mais atuantes da empresa.   
  • Fabio Santana Borges: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Cuiabá/MT. Considerado um dos líderes mais atuantes da empresa. Já havia atuado em empresas similares.   
  • Márcio Antonio Percicotti: Participou juntamente com Daniel Cruz Pereira, Alexandre Gonçalves Padilha, César Augusto de Camargo Cardon e Carlos de Oliveira Florentino da criação da empresa, tendo sido indicado para ocupar o cargo de diretor. Participava ativamente das convenções e treinamentos em todo o território nacional. Já havia atuado como líder em empresas similares.   
  • Jonathan Rodrigues: Indicado como líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Taió/SC. Já havia atuado como líder em empresas similares. Recebia valores em espécie.  
  • Rodrigo Gonzaga Neubert: Indicado como líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Criciúma e Jaguaruna/SC. Já havia atuado como líder em empresas similares. Recebia valores em espécie.   
  • Alex Alexandre de Oliveira: Líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Criciúma e Morro da Fumaça/SC. Já havia atuado como líder em empresas similares.   
  • Lucas Saccon: Atuou como líder de rede para captação de investidores e difusão da pirâmide financeira na região de Criciúma e Morro da Fumaça/SC. Participante ativo dos eventos e treinamentos para divulgação da empresa.  
Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.