Órgão coordenador das finanças do G20 está focado na revisão de regras já existentes para criptomoedas

Órgão inspetor que causou um reboliço com suas reformas bancárias e mercantis após a última crise financeira, afirmou que caminhará em direção à revisão das regras já existentes para as criptomoedas, em vez de criar novas.

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O Financial Stability Board (FSB), que coordena a área de regulamentação financeira do Grupo dos 20, também resistiu ao chamado de alguns membros do G20 para regulamentar criptomoedas, como bitcoin.

O interesse em criptomoedas aumentou de forma estratosférica no último ano, acompanhando o aumento de seus valores, que decaíram nos últimos meses e levantaram a cautela dos órgãos reguladores.

Contudo, em um sinal de discordância em relação a ações radicais, o FSB disse que uma coordenação internacional é necessária para preencher as lacunas de dados, a fim de monitorar o crescente (mas ainda pequeno) setor, que ainda vale menos do que 1% do PIB mundial em seu pico.

“A avaliação inicial do FSB se dá no sentido de que os cripto ativos não apresentam riscos à estabilidade financeira global atualmente,” afirmou o presidente do FSB, Mark Carney, em uma carta enviada aos líderes dos bancos centrais e ministros das finanças de cada país do G20, que se reunirão em Buenos Aires nos dias 19 e 20 de março.

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Carney, que deixará a presidência do FSB no ano que vem, quando seu mandato como chefe do Banco da Inglaterra chegar ao fim, sinalizou que qualquer um que o suceda, adotará uma postura focada em revisar as regras já existentes da esfera das criptomoedas, em vez de tentar forçar novos padrões.

“Tendo em vista que nosso trabalho em corrigir as falhas que levaram à última crise financeira está chegando ao fim, o FSB está se distanciando do desenvolvimento de novas políticas relacionadas à implementação dinâmica e à rigorosa avaliação dos efeitos das reformas acordadas pelo G20,” afirmou Carney.

Ordem executiva

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou no ano passado que as agências reguladoras do país diminuíssem o esforço gasto com as reformas bancárias e semelhantes pós-crise, e passassem a encorajar mais empréstimos à economia.

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A ação causou o temor de outras agências reguladoras ao redor do mundo, que pensaram que os Estados Unidos, onde os legisladores estão há muito tempo indiferentes em relação aos órgãos reguladores, virariam as costas à cooperação internacional e aos mercados fragmentados.

Carney disse que o FSB será mais aberto, disciplinado e eficiente, com um quarto de seus grupos de trabalho já desfeitos.

Membros do FSB farão uma avaliação, que decidirá se a intervenção do órgão inspetor é adequada ou não no sentido de avaliar e alterar regras.

Para salientar esta mensagem, ele liberou uma lista de regras que serão revistas.

O FSB avaliará este ano se as regras financeiras podem ser mudadas para tornar o investimento em infraestrutura mais barato. Este setor é tido como fundamental para alavancar um crescimento econômico sustentável e de longo prazo.

O órgão também se posicionará este ano sobre quais reformas injetarão mais transparência no mercado das criptomoedas, gerando incentivo para negociações mais claras.

Por fim, o FSB estudará o impacto das regras existentes em financiar pequenas companhias (provavelmente se referindo às ICOs) e reportará no ano que vem, informando caso alguma mudança seja necessária.

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Fonte: Reuters

Edição: WeBitcoin