Os Sete do Mediterrâneo: grupo de países europeus se junta para impulsionar o crescimento da tecnologia blockchain
Europa tenta não ficar atrás na corrida da blockchain
No dia 4 de dezembro, sete países da União Europeia, liderados por Malta e França, estabeleceram um grupo chamado “Os Sete do Mediterrâneo”, visando encorajar e promover o uso da tecnologia blockchain.
Durante os próximos meses, os sete países, que incluem França, Itália, Malta, Chipre, Portugal e Espanha, trabalharão para implementar a blockchain em educação, transporte, mobilidade, registro de imóveis, comércio, registro de companhias e assistência médica.
A declaração do grupo explica:
“Isso pode resultar não só na melhoria de serviços eletrônicos governamentais, mas também no aumento da transparência e redução de fardos administrativos, melhor coleta de impostos e melhor acesso às informações públicas.”
Como isso afeta as criptomoedas?
Malta, lar da exchange Binance, maior plataforma de troca de criptomoedas do mundo em volume diário, tem sido bem encorajadora e aberta em relação a ativos digitais e regulamentação de blockchain.
Sua estrutura prática e flexível fez com que diversos negócios relacionados a criptomoedas migrassem para a região dentro de 11 meses.
O envolvimento de Malta na iniciativa pode resultar em um efeito positivo para o setor europeu de criptomoedas como um todo, tendo em vista que isso indiretamente demonstra a aprovação de outros seis países sobre os esforços da ilha em facilitar o crescimento do mercado local de criptomoedas.
A formação dos Sete do Mediterrâneo segue o pedido do G20 para monitorar e regulamentar criptomoedas como uma classe de ativo, bem como o mercado em torno delas.
O ministro de inovação de Malta, Silvio Schembri, que teve um papel fundamental em transformar o país na “Ilha da Blockchain“, afirmou:
“Malta é o primeiro legislador do mundo a oferecer um ambiente regulatório para toda a tecnologia blockchain. Nós não estamos apenas interessados em criptomoedas.”
A blockchain é a tecnologia que serve como base para as criptomoedas, mas protocolos abertos não podem ser executados sem sistemas de incentivo, que são as criptomoedas. Elas não podem operar separadamente e, se uma rede blockchain é operada sem um ativo nativo, ela só poderá fazê-lo se sua estrutura for centralizada.
Enquanto o grupo explora o potencial da tecnologia em questão e inicia sua integração em várias áreas da economia europeia, ativos digitais nativos poderão naturalmente surgir e, consequentemente, as nações europeias poderão integrar estruturas regulatórias mais práticas sobre a classe de ativo.
A França já aprovou uma regulamentação para ofertas iniciais de moeda (ICO) em setembro, visando se tornar o primeiro hub de ICOs da Europa.
À época, o ministro das finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que o governo espera que a estrutura legal recentemente estabelecida para ICOs atraia investidores de todo os lugares do mundo.
A dificuldade europeia
Apesar dos esforços de diversas nações da Europa, como Reino Unido e Malta, a região tem dificuldades para competir com Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Singapura.
A maior parte do volume de troca do mercado das criptomoedas está concentrado em três países (EUA, Japão e Coreia do Sul), e a maioria dos negócios relacionados a blockchain se mudaram para Japão e Singapura no ano passado.
Excetuando-se Malta e Suíça, a maioria dos mercados regionais de criptomoedas da Europa permanecem significativamente fracos comparados com Ásia e o querido Tio Sam.
Os Sete do Mediterrâneo podem reacender o ecossistema europeu das criptomoedas e blockchain, caso os reguladores comecem a fornecer um ambiente amigável para startups.
Fonte: CCN