Pesquisa: Companhias estão parando de usar o termo “blockchain”
O hype exacerbado em torno da blockchain está tornando as companhias mais cautelosas
Um novo relatório da Forrester Research declarou que algumas companhias estão parando de usar o termo blockchain, porque eles acham que o mesmo está sobrecarregado.
No relatório chamado “Previsões para 2019: Tecnologia de Registros Distribuídos,” analistas descobriram que companhias começaram a trocar o termo blockchain pelo termo “tecnologia de registros distribuídos” (DLT). O estudo descobriu que diversas empresas estão superestimando a capacidade da tecnologia, ou utilizando seu nome para relançar serviços já existentes, uma prática descrita como “blockchain washing“.
O relatório utiliza o mesmo termo para se referir quando uma rede já existente ou sob desenvolvimento varia de forma considerável e frequentemente não conta com características essenciais de uma blockchain. Os pesquisadores afirmaram que, para alguns, a menção da tecnologia também carrega um senso negativo de “velho oeste”, associado com as criptomoedas voláteis.
O relatório realizou previsões sobre blockchain, sugerindo uma diminuição na adoção ou o chamado “inverno”, ressaltando que embora a tecnologia esteja avançando, o progresso ainda é cauteloso. Consta do documento:
“No lado das ferramentas e serviços, nós testemunharemos um constante, mas cauteloso, progresso. Cauteloso porque a DLT não se provou ser uma significativa e confiável fonte de renda para provedores de serviços e software, e 2019 não será diferente.”
Marsha Bennett, uma analista da Forrester e co-autora do relatório, salientou que a blockchain requer um nível específico de cooperação, não requerido para outras tecnologias:
“Existem paralelos com a internet, mas a diferença é que, com a internet, uma única companhia como a Amazon ou eBay pode almejar algo e criar uma grande mudança. Blockchain é diferente porque se uma companhia disser ‘eu farei algo’, não importa. Esse jogo funciona como um ecossistema.”
Os pesquisadores também previram que, em um futuro próximo, a tecnologia blockchain será primariamente utilizada para a tokenização de ativos, não envolvendo criptomoedas.
Algumas companhias capitalizaram com o hype. Enquanto algumas lançaram suas próprias ofertas iniciais de moedas (ICOs), outras apenas acrescentaram a nova tecnologia aos seus nomes e obtiveram sucesso. Um exemplo saliente é a antiga companhia Long Blockchain Corp.
A empresa adentrou a esfera em janeiro deste ano, ao mudar seu nome, que era Long Island Iced Tea, uma ação que resultou em um aumento de 500% no valor das ações da companhia.
Em janeiro, a Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC) sugeriu que as companhias do país que mudarem seus nomes para incluir o termo poderão passar por um escrutínio mais rígido dos reguladores. O diretor da SEC, Jay Clayton, declarou que há um crescente fenômeno de companhias acrescentando o termo em seus nomes para capitalizar em promessas.
Fonte: The Cointelegraph