PF e PCDF desarticulam esquemas bilionários de lavagem e pirâmide com criptomoedas

Operações Sibila e Edbox miram grupos que movimentaram mais de R$ 50 bilhões em fraudes, envolvendo empresas de fachada, falsas exchanges e líderes no Brasil e no exterior
A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagraram nesta semana duas grandes operações contra crimes financeiros com uso de criptomoedas.
Na quinta-feira (4), a PF realizou a Operação Sibila em São Paulo para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O grupo é suspeito de movimentar mais de R$ 50 bilhões entre 2020 e 2024 por meio de empresas de fachada e laranjas. Foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária, dez de busca e apreensão, além do bloqueio de bens. Um dos alvos, apontado como operador financeiro da quadrilha, foi preso em Guarulhos quando tentava embarcar para Dubai, onde mantinha residência para dar continuidade ao esquema fora do alcance das autoridades brasileiras.
Já na quarta-feira (3), a PCDF deflagrou a Operação Edbox, que mirou uma falsa exchange controlada por cidadãos chineses e suspeita de movimentar mais de R$ 1 bilhão em 2024. O golpe, baseado em um esquema de pirâmide, prometia altos retornos a investidores, mas bloqueava saques e exigia o pagamento de uma taxa de 5% para suposta liberação dos valores. Quando a fraude ganhou visibilidade, a plataforma saiu do ar, deixando milhares de vítimas, algumas com perdas superiores a R$ 400 mil.
As investigações apontaram que parte dos valores foi lavada por meio da compra de criptoativos, créditos de carbono e até exportação de alimentos para a Venezuela. Brasileiros eram cooptados para organizar grupos em aplicativos de mensagens, onde aplicavam os golpes sob supervisão dos líderes estrangeiros.
Os investigados nas duas operações responderão por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, organização criminosa e falsidade ideológica.