Polícia de Goiás prende golpista de criptomoedas procurado pela Interpol

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MIT foi o maior golpe envolvendo criptomoedas em 2020. Imagem: Reprodução

Ele foi o responsável pela maior pirâmide financeira envolvendo criptomoedas em 2020; a empresa em questão é a Mirror Trading International.

Atrás das grades

Johann Steynberg, golpista por trás da criação da Mirror Trading International, famosa pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, foi preso pela polícia de Goiás. Segundo a Chainalysis, este foi considerado o maior embuste envolvendo ativos digitais no ano de 2020.

A empresa prometia lucros de 10% ao mês a seus investidores. Isso levou à perda de grandes somas em dinheiro em diversos países, como África do Sul, Reino Unido, México, Canadá, Estados Unidos, entre outros.

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Em setembro de 2020, a empresa parou de pagar seus investidores – fato que chamou a atenção das autoridades monetárias sul-africanas. A FSCA, comissão de valores mobiliários do país, instaurou processo criminal contra a empresa em dezembro do mesmo ano.

Rota de fuga

Assim que o embuste chegou ao seu limite, Steynberg fugiu para Doha, capital do Qatar. Depois de chegar ao país, pegou outro avião – desta vez com destino a São Paulo. Funcionários da empresa alegaram não conseguir contato com o CEO, tampouco afirmar se os fundos estariam seguros ou não.

Membros da equipe também afirmaram que, no dia 22 de dezembro, Steynberg voltaria à África do Sul. Porém, isso nunca aconteceu.

O golpista foi encontrado e preso no dia 29 de dezembro na região do Alto da Glória, em Goiânia, pelo Grupamento de Intervenções Rápidas Ostensivas (Giro).

Muitos BTC

De acordo com o relatório da Chainalysis, a Mirror Trading International chegou a ter 150 funcionários e operava desde junho de 2018. Cerca de 16 mil BTC (cerca de R$ 3,7 bilhões) foram depositados na conta do golpista.

Não se sabe, pelo menos ainda, onde os fundos foram parar. A empresa disse que, quando a empresa foi banida do país, teve de mandar seus fundos a uma exchange forex; no entanto, a corretora negou ter recebido fundos da empresa.

Modus operandi

Os fundos enviados pelos clientes eram repassados para exchanges forex e um site de jogos de azar; este último foi utilizado pelos golpistas para lavar dinheiro e sacar os fundos.

O sumiço dos fundos criou uma verdadeira batalha judicial contra a Mirror Trading, que deve explicações a respeito do capital desaparecido.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.