Segundo as autoridades, o montante foi utilizado por criminosos; as investigações que levaram à apreensão foram conduzidas ao longo dos últimos cinco anos.

Muito dinheiro

Segundo informações do portal NewScientist, forças policiais do Reino Unido fizeram uma apreensão de £ 322 milhões (US$ 435 milhões) em criptomoedas. O valor multimilionário arrecadado é oriundo de cinco anos de investigações criminais realizadas pelo Estado.

Doze de 48 forças policiais britânicas foram responsáveis por juntar a quantia. Outras 15 não deram maiores informações.

Quase todo o dinheiro conseguido pelo governo (99,9%) foi em Bitcoin. O restante foi em Ethereum e moedas focadas em privacidade, como ZCash e Monero.

A Polícia Metropolitana de Londres foi a responsável por grande parte das apreensões; do montante total, cerca de £ 294 milhões (US$ 398 milhões) foram conseguidos pela equipe. A polícia de Manchester conseguiu £ 25 milhões (US$ 34 milhões) e a de Dyfed-Powys, £ 2,4 milhões (US$ 3,2 milhões).

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Problemas legais

De acordo com as leis britânicas, dinheiro pode ser apreendido se houver alguma suspeita de ato ilícito; contudo, as criptomoedas não são oficialmente enquadradas como dinheiro.

Por conta deste detalhe, as autoridades entraram em uma questão jurídica muito delicada: afinal, segundo a legislação, só é possível apreender propriedades não-monetárias depois de ocorrida a condenação.

Em síntese, não há uma legislação que permita este tipo de apreensão no Reino Unido.

Combate ao crime

A National Crime Agency (Agência Nacional de Crime, em tradução livre) do Reino Unido emitiu um relatório, em maio do ano passado, a respeito da utilização das criptomoedas para a elaboração de golpes. O governo britânico demonstrou forte preocupação com o crescimento das atividades ilícitas digitais:

“O uso criminoso de tecnologia está aumentando – e o uso de ativos digitais para lavagem de dinheiro aumentou em meio a vários outros tipos de crime.”

Entretanto, ao que tudo indica, autoridades britânicas estão tomando medidas apressadas para reprimir crimes digitais, uma vez que a legislação não permite que tais apreensões sejam realizadas da forma que estão sendo conduzidas.