Por que o ciclo do Bitcoin de 2026 pode surpreender o mercado cripto
Ciclo e a nova lógica do mercado cripto
O debate sobre o verdadeiro comportamento do mercado de criptomoedas está novamente no centro das atenções. Afinal, depois de anos acreditando em um padrão relativamente previsível, muitos analistas agora revisitam o chamado ciclo de quatro anos do Bitcoin. Esse modelo, historicamente associado aos halvings, definia movimentos claros de alta, euforia, queda e acumulação. No entanto, o diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, explicou recentemente por que acredita que essa estrutura já não descreve com precisão o mercado atual. Além disso, ele defende que 2026 não deve repetir o padrão de quedas intensas que muitos ainda esperam.
Segundo Hougan, o setor mudou de forma significativa. Portanto, insistir em modelos antigos pode levar investidores a erros estratégicos. Ele argumenta que o ambiente institucional, a expansão da infraestrutura e o surgimento de novos fluxos de capital criaram uma dinâmica diferente. Assim, o mercado se encontra ancorado em um modelo mental ultrapassado, que não reflete mais a realidade atual.
A força institucional e a quebra do padrão tradicional
Nos últimos anos, a presença institucional cresceu de maneira exponencial. Isso não foi apenas uma tendência pontual; ao contrário, transformou profundamente o comportamento dos preços. Além disso, com a entrada de ETFs de Bitcoin ao alcance de investidores tradicionais, tornou-se evidente que os ciclos longos e previsíveis foram substituídos por movimentos mais sofisticados. Portanto, o que antes parecia um padrão quase matemático agora se tornou um ambiente influenciado por fatores macroeconômicos complexos e políticas monetárias globais.
De maneira geral, a liquidez global, as decisões de bancos centrais e a participação de gestoras gigantes passaram a ditar o rumo. Assim, mesmo após o halving de 2024, o mercado não exibiu a mesma dinâmica histórica. Hougan destaca que esse descolamento tende a ampliar-se em 2025 e 2026, o que explica sua descrença em uma queda pronunciada após esse período. Além disso, o fluxo de novos investidores permanece estável, reforçando a tese de que os ciclos agora são menos previsíveis.
Outro ponto crucial é que o mercado atual está mais distribuído entre classes de investidores. Antes, pequenos investidores dominavam a dinâmica, criando movimentos abruptos e emocionais. No entanto, hoje há uma composição mais equilibrada entre varejo e instituições, o que reduz a volatilidade típica dos ciclos antigos. Assim, 2026 poderia marcar um novo tipo de comportamento, menos atrelado a quedas estruturais e mais alinhado a movimentos suaves de correção, seguidos de retomadas graduais.
Por que o halving perdeu força como bússola absoluta
O halving sempre foi visto como o grande gatilho dos ciclos. No entanto, essa visão começou a ser questionada à medida que o mercado amadureceu. Assim, a redução programada da oferta se tornou apenas um entre vários fatores relevantes. Além disso, o impacto desse evento começou a ser antecipado de forma cada vez mais eficiente pelos investidores, o que diluiu seu efeito direto nos preços. Portanto, esperar que 2026 seja automaticamente um ano negativo por conta do ciclo pós-halving tornou-se uma leitura simplista demais.
Segundo Hougan, a compreensão moderna do mercado exige olhar para elementos como crescimento de TVL em blockchains, adoção empresarial, fortalecimento de stablecoins e demanda institucional. Esses fatores contribuem para estabilizar o setor em momentos nos quais o ciclo tradicional indicaria queda. Assim, o ano de 2026 pode ser marcado por um equilíbrio maior, sustentado por bases mais sólidas do que as vistas em ciclos anteriores.
Esse novo entendimento aponta para uma fase em que o mercado reage mais ao contexto macro e menos à narrativa fixa do ciclo de quatro anos. Além disso, investidores experientes têm adotado esse novo modelo mental, ajustando estratégias com base em dados e não apenas em padrões históricos. Portanto, ao observar o cenário completo, fica claro que o ciclo atual não deve replicar a brutalidade das quedas passadas.
O que os traders devem observar nos próximos meses
Para quem opera com maior frequência, compreender essa mudança de ciclo é fundamental. Além disso, Hougan sugere analisar a liquidez global e os fluxos de ETFs como indicadores-chave dos movimentos futuros. Portanto, a antiga lógica de aguardar quedas pesadas após o halving pode custar oportunidades valiosas. Assim, traders que mantêm uma leitura atualizada tendem a identificar sinais mais cedo e ajustar posições com maior precisão e confiança.
Esse cenário também chama atenção para o papel crescente das redes blockchain de alto desempenho e das novas aplicações que estimulam o uso real de criptoativos. O avanço da tokenização, por exemplo, cria demanda contínua, o que reduz a probabilidade de quedas prolongadas e desproporcionais. Portanto, ao observar esse conjunto de fatores, torna-se mais claro por que a visão clássica do ciclo perdeu força e por que 2026 tem potencial para surpreender positivamente.
Por fim, embora nenhum analista possa prever o futuro com total precisão, o raciocínio apresentado por Hougan oferece uma leitura mais madura e alinhada à fase atual do mercado. Além disso, essa visão incentiva investidores e traders a repensarem estratégias e a evitarem decisões guiadas apenas por padrões ultrapassados. Portanto, manter a mente aberta para novos modelos pode ser o diferencial para atravessar 2026 com vantagem competitiva.