Portfólio de ações do governo Trump dispara 169% em 2025

Quando Donald Trump retornou à Casa Branca em janeiro de 2025, poucos esperavam que sua administração adotasse uma abordagem ao estilo de Wall Street na formulação de políticas. No entanto, em poucos meses, agências federais sob sua direção construíram silenciosamente um dos portfólios de investimentos de crescimento mais rápido da história recente, transformando US$ 9,4 bilhões no início do ano em mais de US$ 17 bilhões atualmente.
De acordo com dados de rastreamento do Insiderwave, o chamado “portfólio da Administração Trump” teve alta de 168,99% no acumulado do ano, superando não apenas o índice S&P 500, mas também os rastreadores de ações do Congresso mais acompanhados.

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Em comparação, o desempenho de Trump é estimado em quase 15 vezes maior que os ganhos do portfólio de Nancy Pelosi no mesmo período.
O que há no portfólio da Administração Trump?
Os investimentos se concentram fortemente em setores estratégicos dos Estados Unidos. A Intel (NASDAQ: INTC) domina a carteira, representando mais de 91% da exposição, com uma posição avaliada em US$ 16,1 bilhões e valorização de 81,8% no ano. O restante do portfólio está voltado para minerais críticos: MP Materials, Lithium Americas (NYSE: LAC) e Trilogy Metals. Essas participações menores registraram ganhos impressionantes de três dígitos, liderados pela alta de 216,9% da MP e de 213,9% da TMQ.

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No total, a composição reflete o foco de Trump em liderança em semicondutores e na segurança das cadeias de suprimentos de terras raras e metais para baterias — setores em que Washington tem aumentado seus atritos com Pequim.
Não é dinheiro pessoal, mas dinheiro público
É importante esclarecer que esses investimentos não vêm da fortuna pessoal de Trump nem de seu círculo próximo. Eles são realizados por meio de agências federais, como o Departamento de Defesa (DoD) e o Departamento de Energia (DoE), que aplicam recursos dos contribuintes em empresas norte-americanas selecionadas.
A lógica é dupla: fortalecer a vantagem tecnológica dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, capturar ganhos de valorização das ações. Os pontos de entrada negociados pelo governo costumam incluir condições inacessíveis a investidores comuns, levantando questões sobre transparência, acesso e se os contribuintes realmente compartilham dos lucros.
Implicações para os mercados
O uso agressivo de capital público em mercados privados pela Administração Trump é incomum, mesmo em comparação histórica. Se for mantido, esse modelo pode remodelar a relação entre governo e setor privado, borrando as fronteiras entre política industrial e investimento direto em ações.
No geral, as escolhas do governo merecem atenção — não apenas porque indicam em quais empresas Washington aposta para sustentar a competitividade dos EUA nos próximos quatro anos.