Presidente da FIESC cita que criptomoedas estariam fora de uma “nova CPMF”
Paulo Skaf pensa que a proposta de uma “nova CPMF” não é viável. Em entrevista à Folha de São Paulo ele também menciona as criptomoedas
Recentemente, o Instituto Brasil 200 defendeu a instituição de um imposto cujos moldes seriam de uma “nova CPMF”. Conforme matéria da Folha de São Paulo sobre o assunto, o movimento reúne empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
A proposta, ainda de acordo com a Folha, “seria de uma alíquota de 2,81% para quem paga e para quem recebe” e foi lançada no documento Manifesto da Sociedade Empreendedora pelo Imposto Único sobre Movimentação Financeira. A reportagem da Folha de São Paulo informa, ainda, que o percentual seria dobrado, em caso de saques.
A criação do imposto viria acompanhada da extinção de outros tributos federais. Entrariam nesse pacote de corte, por exemplo, IRPF, IRPJ/CSLL, IPI, IOF, Cofins, além de outras contribuições. No mesmo sentido, seriam substituídos impostos estaduais (ICMS, IPVA e ITCD) e municipais (ISS, IPTU e ITBI). Por isso, o manifesto do Instituto Brasil 200, como também cita a Folha, defende que a carga tributária manteria o nível atual. Isso porque haveria mais pessoas pagando impostos, mas em valores menores.
Presidente da Fiesc surge como voz dissonante
Numa outra matéria, da mesma Folha de São Paulo, o presidente da FIESP opina sobre o possível “novo imposto”. E Paulo Skaf, como menciona o diário paulistano, se apresenta como uma voz dissonante do pensamento de outros nomes empresariais de peso. Na entrevista disponível, na íntegra, o dirigente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo chama a proposta de marketagem.
Na defesa de Skaf, a reforma tributária é fundamental e deve “simplificar, agilizar, baratear processos e fazer com que a gente tenha isonomia em relação a outros países”. O presidente da FIESP destaca ainda, na entrevista, que a carga tributária não pode ser um impedimento à competitividade brasileira.
Paulo Skaf diz que o sonho de um imposto único, fácil de recolher e alíquota pequena não é viável na vida real. Um desses pontos de inviabilidade seriam as alíquotas absurdas resultantes do processo de criar um único imposto. E é justamente, nesse momento que o dirigente cita as criptomoedas.
“Seria um convite à sonegação, geraria situações inviáveis em diversos setores (…). Isso naturalmente iria levar a uma migração para outras formas de pagar, como as criptomoedas. Vai ser uma coisa injusta; quem operar em criptomoeda não paga, e quem operar em real vai pagar.
Na sequência da entrevista, o presidente da FIESP coloca sugestões e pontos passíveis da composição de uma boa reforma tributária. Para Paulo Skaf, discussão em torno do assunto está se intensificando agora.
COM INFORMAÇÕES DE: FOLHA DE SÃO PAULO
Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.