Os trabalhadores mais produtivos “descansam” quase duas horas e meia durante um dia de trabalho de 8 horas, afirma estudo

Muitos chefes acreditam que trabalhar sem parar por horas a fio, sem um único momento de descanso, é a chave para uma alta produtividade. Mas um novo estudo contesta essa ideia. A pesquisa descobriu que os funcionários mais produtivos trabalham em períodos mais curtos e fazem pausas mais longas. Também sugere que o trabalho presencial ou híbrido promove um equilíbrio mais saudável entre vida pessoal e profissional do que os modelos totalmente remotos.
A DeskTime, um software de rastreamento de tempo e gestão de produtividade baseado na nuvem, desenvolvido pelo Draugiem Group, foi responsável pelo recente estudo sobre produtividade.
A principal conclusão foi que os funcionários mais produtivos seguem uma proporção de trabalho-descanso de 75/33: trabalham por 75 minutos e descansam por 33 minutos. Isso significa que, em um dia de trabalho de 8 horas, os trabalhadores precisam de cerca de duas horas e vinte e sete minutos de descanso para serem mais produtivos.
Durante os anos de trabalho remoto da pandemia, a proporção era de 112/26, ou seja, os funcionários mais produtivos trabalhavam 1,5 vez mais sem pausas, que por sua vez eram 1,3 vez mais curtas. Também foi constatado que os trabalhadores faziam cerca de 3 pausas ao longo de um dia de trabalho de 8 horas em casa. Agora, fazem aproximadamente 4 pausas mais longas.
Em 2014, os números eram 52/17, ou 118 minutos de descanso em um dia de 8 horas.

A DeskTime propõe que o trabalho presencial ou híbrido oferece um equilíbrio melhor entre vida pessoal e profissional do que o trabalho totalmente remoto. Estar em um escritório pode levar a mais pausas indiretas, como interações com colegas de trabalho e deslocamentos dentro do prédio, em contraste com ficar sentado sozinho em casa, na frente de uma tela, digitando sem parar.
O CEO da DeskTime, Artis Rozentals, disse que as pessoas têm mais tendência a fazer pausas no escritório, e embora essas pausas possam parecer improdutivas à primeira vista, são vitais para a renovação mental e contribuem para o bem-estar dos funcionários.
“O modelo híbrido é a escolha ideal, pois aproveita o melhor da dinâmica social do escritório e do foco profundo proporcionado pelo trabalho remoto”, disse Rozentals.
O estudo da DeskTime analisou os 10% mais ativos dos usuários do software, totalizando 6.000 pessoas. Esses usuários apresentaram o maior percentual de tempo gasto em aplicativos considerados produtivos para cada tipo de trabalho.
Embora seja verdade que alguns estudos mostrem que os funcionários podem ser menos produtivos em casa, outras fontes — incluindo os próprios trabalhadores — discordam. Também vale lembrar que softwares de gestão de trabalho nem sempre são a melhor forma de medir produtividade, pois muitas vezes não captam tarefas relacionadas ao trabalho realizadas fora dos aplicativos.
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