Programa Mundial de Alimentos da ONU realiza transações em blockchain baseado em Ethereum
O Programa Mundial de Alimentos (WFP) da ONU está expandindo seu sistema de pagamentos para um blockchain baseado em Ethereum, visando evitar taxas de transferência advindas do sistema bancário tradicional.
Em janeiro de 2017, o programa obteve sucesso em seus testes para “construir blocos”, um experimento que possibilitou ao WFP transferir comida e dinheiro para famílias paquistanesas vulneráveis, através de um blockchain Ethereum público, utilizando um aplicativo feito para smartphone.
“A tecnologia blockchain, associada de forma mais famosa à criptomoeda Bitcoin, oferece oportunidades únicas para agências humanitárias fornecerem a melhor assistência possível para pessoas em situação de vulnerabilidade ao redor do mundo,” disse o WFP à época.
Dentro de meses, o WFP executou um programa piloto no campo de refugiados sírios localizado em Azraq, na Jordânia, facilitando transferências para mais de 10000 refugiados em sua plataforma de pagamentos baseada em blockchain.
O programa, sozinho, salvou US$150000 da agência por mês, eliminando cerca de 98% das taxas bancárias, segundo o chefe do laboratório de inovações do WFP, Bernhard Kowatsch.
Além de transferências monetárias, a implementação desta tecnologia permitiu aos refugiados sírios comprar comida de lojas locais através do scaneamento biométrico de retina, sendo todas as transferências gravas em blockchain. O uso de dinheiro, cartões de crédito ou vouchers se tornaram obsoletos, tendo em vista que os refugiados não precisaram compartilhar nenhuma informação sensível com bancos ou operadoras de celular.
Em vez disso, eles se beneficiaram de segurança e privacidade através de um imutável e seguro blockchain.
Agora, a agência da ONU – responsável por alimentar mais de 100 milhões de pessoas em mais de 80 países – está expandindo sua plataforma blockchain baseada em Ethereum, após economizar milhões de dólares em taxas de transferências bancárias, utilizando tecnologia blockchain descentralizada.
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Em uma entrevista concedida ao Bloomberg, o diretor do WFP, Robert Opp, declarou:
“Nós sentimos que podemos substituir os serviços oferecidos pelos bancos com blockchain. Esta tecnologia ajuda a promover a colaboração através do fornecimento de grandes quantidades de dados.”
O WFP tem um orçamento anual de US$6 bilhões e distribui cerca de US$1,4 bilhão em vouchers alimentícios e títulos digitais todo ano, afirmou Opp. Apesar de não detalhar planos específicos da agência em relação à utilização a longo prazo da tecnologia blockchain, o diretor afirmou:
“Nós estamos criando uma infraestrutura financeira.”
Além de sua utilização em transferências monetárias, gerenciamento de identidade e operações na cadeia de fornecimento de alimentos, o WFP anteriormente declarou que está pesquisando aplicações desta tecnologia em outras áreas.
“O potencial total do blockchain só pode ser atingido se todas as grandes entidades humanitárias colaborarem em torno desta plataforma,” afirmou o programa em 2017.
Outros esforços humanitários que se beneficiaram de inovações na área do blockchain incluem o Million Meals, da Índia – o maior programa de alimentação envolvendo merendas escolares, acolhendo 1,6 milhão de crianças no país, utilizando tecnologia descentralizada em uma série de processos críticos na cadeia de fornecimento de alimentos, coleta de dados e mais.
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Fonte: CCN.com
Edição: Webitcoin