Pump.fun intensifica lives e incentivos para crescer nas memecoins

Expansão da Pump.fun com foco em criadores e viralidade

A Pump.fun, plataforma de criação de memecoins na rede Solana, voltou a priorizar transmissões ao vivo em sua estratégia de crescimento. A empresa reforçou seu modelo de recompensas e adotou regras rígidas após suspender lives no ano passado devido a acrobacias perigosas.

Agora, a Pump.fun vê os streamers como o futuro de sua plataforma, com planos de enfrentar outros concorrentes de transmissão ao vivo de frente: “Nosso plano é acabar com o Facebook, o TikTok e o Twitch. Na Solana”, publicou a empresa no X em julho.

Em setembro, a Pump.fun ajustou sua estrutura de taxas, direcionando parte maior das cobranças para os criadores. Assim, streamers passaram a registrar ganhos elevados quando seus vídeos viralizavam.

Lives reativadas e novos formatos para engajar a comunidade

O recurso de streaming atualizado começou a ser liberado para usuários selecionados em abril. Pouco depois, o influenciador SolJakey Hillhouse lançou  Basedd House, projeto que reuniu criadores em formato de convivência com episódios semanais e memecoins exclusivas. A Pump.fun financiou a iniciativa, o que impulsionou nomes como Iseem e rapper de criptomoedas Whish.

Além disso, transmissões inusitadas ganharam destaque, incluindo a jornada de um streamer pelos 50 estados dos EUA, o ucraniano Ricken repetindo Pump fun um milhão de vezes e até um parto transmitido ao vivo em que o bebê recebeu o nome Solana.

Com a alta da viralidade, a empresa passou a investir diretamente nos criadores. Portanto, distribuiu mochilas com equipamentos de transmissão, pagou usuários para publicarem clipes e contratou recrutadores para atrair influenciadores que enfrentavam dificuldades de monetização em outras plataformas.

Impacto da viralidade e desafios do modelo baseado em hype

Alguns influenciadores de grande público migraram para a Pump.fun, como Chad Tepper que possui milhões de seguidores nas redes sociais e o ex-jogador profissional  de League of Legends “ BunnyFuFuu ”. Seus tokens chegaram a valorizar rapidamente, impulsionados pelo engajamento das comunidades. No entanto, o interesse caiu com o tempo, e os preços dos ativos recuaram.

A queda de volume afetou criadores e traders, já que o movimento intenso durava apenas nos primeiros dias. Assim, parte dos influenciadores reduziu transmissões na plataforma, alegando que acordos futuros precisam de estratégias sustentáveis.

Mesmo assim, os maiores destaques do ano vieram de criadores nativos da comunidade. A dupla responsável pelo token Bagwork viralizou ao transmitir ações arriscadas, como entrar em um campo de beisebol e roubar o boné de um influenciador fitness. O token subiu 2.000%, gerando ganhos significativos.

Dias depois, eles voltaram às manchetes ao vazar músicas inéditas do rapper Drake, o que ampliou o alcance do projeto. Porém, a exposição levou a uma notificação legal e a um rápido declínio do token, mostrando a pressão por conteúdos cada vez mais extremos.

O Bagwork está atualmente 96% abaixo de sua capitalização de mercado máxima de US$ 53,8 milhões, atingida durante os vazamentos de Drake, e agora está em US$ 1,9 milhão, de acordo com o DEX Screener .

Novos caminhos para o futuro da plataforma

Diante desse cenário, criadores como Hillhouse defendem dinâmicas participativas, incluindo votações pagas com tokens para definir ações durante as transmissões. A Pump.fun não comentou como pretende lidar com a dependência de viralidade, mas a discussão se tornou central para seu futuro.

No curto prazo, a união de lives, tokens atrelados a eventos virais e maior remuneração impulsionou o engajamento da plataforma. Contudo, também destacou os limites de um modelo baseado em hype passageiro, como mostraram os casos Bagwork, Basedd House e influenciadores tradicionais que perderam tração após o impulso inicial.