Tornado Cash em xeque

A comunidade cripto ficou surpresa quando o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra o popular serviço de mistura Tornado Cash. O serviço baseado em Ethereum foi acusado de facilitar lavagem de dinheiro e foi penalizado em agosto de 2022.

O Departamento do Tesouro explicou que a plataforma do Tornado Cash havia sido usada para lavar “procedimentos de crimes cibernéticos, incluindo aqueles cometidos contra vítimas nos Estados Unidos”. No entanto, as sanções falharam em fechar completamente a operação.

Um relatório da empresa de análise de blockchain Chainalysis revelou que os fluxos de entrada para o Tornado Cash caíram 68% no mês seguinte à implementação das sanções. Mas como o serviço é descentralizado, regulamentações e sanções não conseguem desativá-lo completamente. Isso levanta a questão de quão bem-sucedido é tentar impor penalidades em um serviço desse tipo.

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Apesar do uso do Tornado Cash ter diminuído significativamente, é provável que seja resultado das consequências legais, e não das sanções em si. As penalidades parecem ter desencorajado os usuários potenciais, em vez de incapacitar o serviço.

Além disso, o relatório apontou que, enquanto as sanções resultaram na remoção do site frontal do misturador, os contratos inteligentes subjacentes não foram afetados e poderiam continuar operando. Além disso, uma análise separada da empresa de segurança de blockchain SlowMist mostrou que, durante todo o ano, 1,23 milhão de ETH foram depositados na plataforma, mas 1,28 milhão de ETH foram retirados, resultando em um déficit de quase 80 milhões de dólares.

O autor: Rafael Motta

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.