Queda do mercado diminui ágio sul coreano em relação ao Bitcoin

A recente queda do Bitcoin à marca mais baixa dos últimos dois meses impactou o mercado de criptomoedas sul coreano, que tradicionalmente sempre possuiu um valor acima das taxas de troca de outras exchanges.

Durante a ascensão meteórica do Bitcoin no último mês de dezembro, exchanges sul coreanas estavam realizando transações com o preço do Bitcoin cotado em quase 50% acima dos valores de outras exchanges ao redor do globo. Eventualmente, isso fez com que a base de dados Coinmarketcap removesse algumas exchanges sul coreanas da base de cálculo médio, devido à “extrema divergência de preços do resto do mundo, além de sua oportunidade de arbitrariedade.”

Contudo, a queda presenciada esta semana para a casa dos $8000 reorganizou o mercado, fazendo com que as taxas de troca das exchanges sul coreanas ficassem niveladas com o restante do mundo, o que não ocorre há quase seis semanas. Conforme relatado pelo Bloomberg esta semana, o ágio sul coreano foi apelidado de “Ágio Kimchi”, em referência ao prato da culinária tradicional sul coreana de mesmo nome, feito com repolho napa.

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Efeitos do fud

A queda do valor do Bitcoin na Coreia do Sul foi ocasionado por semanas de especulação e desinformação sobre o posicionamento do governo sul coreano em relação às trocas de criptomoedas em seu país. No início de janeiro deste ano, o ministro da justiça sul coreano fez uma declaração sugestiva, dando a entender que as exchanges seriam banidas do país, ocasionando nervosismo no mercado como um todo.

Assim que a declaração foi emitida, o ministro das finanças sul coreano, Kim Dong-yeon, desmentiu tais informações, afirmando que nada foi acertado em relação ao banimento de exchanges. Três semanas depois, Kim deixou claro que o governo não baniria exchanges do país.

Uma legislação dedicada às criptomoedas está em andamento, o que legitimará as exchanges como provedores de serviços financeiros, além de proibir que investidores menores de idade ou estrangeiros realizem transações através de exchanges sul coreanas. Traders não mais possuem anonimato nas transações realizadas na Coreia do Sul, devendo ainda possuir uma conta bancária (no mínimo) autorizada e vinculada às exchanges, para que assim possam realizar transações envolvendo criptomoedas.

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Corte na arbitragem

Os efeitos destas novas regulamentações realizadas pelo governo sul coreano cortou pela raiz a prática de traders que se aproveitavam da arbitragem. Tirando vantagem das diferenças massivas nos preços em relação às exchanges ao redor do globo, traders compravam Bitcoin de diferentes exchanges e vendiam com uma margem de lucro na Coreia do Sul.

Banir traders estrangeiros ajudou a anular tais práticas, embora as ramificações de taxas no país tenham contribuído para atrair este tipo de prática.

Exchanges do país também deverão submeter detalhes acerca de transações que ultrapassem o limite imposto pelas autoridades responsáveis. Além disso, é possível que o governo enquadre trocas de criptomoedas dentro da taxa de “ganhos de capital”. Segundo o Bloomberg, no seu valor mais alto atingido em janeiro, o Bitcoin estava sendo negociado acima da marca dos $22000 na Coreia do Sul.

Fonte: The Cointelegraph

Edição: Webitcoin