Reabertura do governo americano reduz riscos para a atividade econômica

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A reabertura do governo dos EUA após 42 dias remove um foco imediato de incerteza e reduz um risco importante para a atividade econômica. Embora o shutdown deva reduzir o PIB do quarto trimestre, o impacto tende a ser compensado no início de 2026. Com o retorno do gasto público, o pagamento retroativo a 1,4 milhão de funcionários e a retomada de programas como o SNAP, fatores que sustentam projeções de crescimento.

O fim da paralisação gerou um movimento positivo de apetite por risco que se estendeu também para países emergentes, resultando em fluxos para ETFs de mercados emergentes, à medida que investidores reagiram à retirada de um importante obstáculo.

Entretanto a normalização não é imediata. O atraso acumulado nas agências estatísticas deve postergar a divulgação de indicadores essenciais sobre emprego e inflação. Limitando a capacidade do Federal Reserve de avaliar o cenário antes da reunião de dezembro. Isso implica em uma menor chance de corte na taxa de juros americana devido a falta de dados importantes por parte do fed. Em paralelo a isso, a qualidade dos dados compilados retroativamente continuará sendo um ponto de atenção.

Os riscos seguem presentes. A possibilidade de um novo shutdown em 2026 mantém o ambiente de cautela e pode gerar impactos adicionais em setores como o de aviação. Assim, embora o fim da paralisação alivie tensões de curto prazo e estabilize parcialmente o sentimento, a visibilidade completa sobre a economia e a política monetária ainda levará algum tempo para se restabelecer.

* Comentário de Bruno Suzuki, Analista de Diversificação Internacional da InvestSmart XP