O que rolou do mercado cripto da 2ª semana de novembro

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O mercado cripto desafia o pessimismo

O mercado de criptomoedas encerrou a semana em um forte declínio. A principal notícia está inegavelmente ligada aos preços, visto que todo o setor sofreu uma forte queda. Assim, a semana, que à primeira vista havia parecido promissora, se mostrou dolorosa. O Bitcoin (BTC) despencou para a mínima em seis meses, e, pelo menos por enquanto, não há sinais claros de recuperação que tranquilizem os traders.

A retração começou no final da semana anterior, quando o BTC havia acabado de cair abaixo da crucial marca de US$ 100.000, mas conseguiu se manter em um nível marginalmente superior. De fato, o ativo recuperou-se para cerca de US$ 102.000 durante o fim de semana. O Bitcoin saltou para US$ 104.000 no domingo à tarde e atingiu US$ 107.000 na segunda-feira. Isso ocorreu depois que o presidente dos EUA, Trump, prometeu cheques de US$ 2.000 para americanos de baixa renda. Ele também insinuou que a paralisação governamental mais longa da história chegaria ao fim em breve, injetando otimismo no mercado.

No entanto, essa recuperação inicial teve vida curta, e o BTC rapidamente perdeu vários milhares de dólares. O próximo repique de preço ocorreu na manhã de quinta-feira. Naquela ocasião, a reabertura do governo dos EUA foi oficializada após o presidente assinar os documentos necessários. O BTC atingiu um pico de US$ 104.000, mas essa resistência se mostrou forte demais mais uma vez.

A rejeição violenta e a perda do suporte psicológico de US$ 100.000

A rejeição subsequente da resistência foi muito mais violenta do que as anteriores. O Bitcoin não apenas caiu abaixo do suporte de US$ 100.000, mas continuou a despencar na sexta-feira. Como resultado, ele atingiu seu menor nível desde maio, negociando a US$ 94.500 até o momento da redação deste texto. Essa perda significa que o ativo perdeu mais de US$ 12.000 desde o pico de segunda-feira, que havia sido de US$ 107.000, gerando forte pessimismo entre os traders.

O clima geral do mercado é pessimista. Além disso, analistas de renome estão declarando o fim do mercado de alta e o subsequente início de um ciclo de baixa mais profundo. As perdas semanais para o BTC se aproximam de 5%. Para o Ethereum (ETH), as perdas são superiores a 4%. Já o SOL caiu mais de 10%, demonstrando o impacto generalizado da correção do BTC.

Curiosamente, em meio a essa turbulência, alguns ativos desafiam o bear market. Criptomoedas como LTC, XMR, WLFI e UNI estão em forte alta. Da mesma forma, o XRP se destaca entre as criptomoedas de maior capitalização, resistindo à tendência negativa. Isso sublinha a complexidade do mercado, onde nem todos os ativos seguem a mesma trajetória.

Preço de hoje, domingo, 16 de novembro

O preço do Bitcoin é de R$ 608.580,32. Os touros estão segurando o preço do BTC acima de US$ 111 mil buscando uma recuperação mais ampla para o ativo, no entanto, o cenário macroeconômico nos EUA pode criar dificuldades e favorecer os ursos.
As altcoins com maior alta são: DeXe (DEXE), Trust Wallet Token (TWT) e Tron (TRX), com altas de 4%, 2% e 1% respectivamente. Já as que estão registrando as maiores baixas são: Aster (ASTER), ZCash (ZEC) e Lido Dao (LDO), com quedas de -14, -13% e -11% respectivamente.

Lançamento de ETF de XRP e o fator geopolítico: um contraponto

Apesar do foco nos preços e na correção brutal do Bitcoin, o mercado também viu desenvolvimentos positivos e específicos. Um deles é o lançamento de um ETF de XRP. Este evento traz maior legitimidade e acessibilidade institucional para o ativo, o que pode explicar a sua resiliência em meio à correção. Portanto, esse tipo de produto financeiro tradicional reforça o amadurecimento do mercado cripto, mesmo durante as fases de baixa.

A reabertura do governo dos EUA é outro fator crucial que, embora não tenha sustentado a alta do Bitcoin, eliminou uma grande incerteza macroeconômica. A paralisação governamental prolongada sempre representa um risco para os mercados. Consequentemente, a resolução desse impasse é vista como um alívio. No entanto, o mercado cripto reagiu de forma mais imediata e sensível às especulações e às promessas de estímulo do governo.

A promessa do presidente Trump de cheques de US$ 2.000 para americanos de baixa renda inicialmente impulsionou o BTC. O mercado interpretou isso como um aumento na liquidez e potencial capital para investimento. Em outras palavras, a reação do mercado mostra sua alta sensibilidade a qualquer injeção de capital na economia, seja por estímulos diretos ou pelo fim de paralisações que liberam recursos.

Análise de longo prazo e a resiliência de nicho no bear market

O movimento do Bitcoin para a faixa de US$ 94.500 não é apenas um golpe psicológico. Ele sinaliza a perda de uma importante zona de suporte técnico. Atingir o menor nível desde maio confirma a gravidade da correção. Porém, traders experientes sabem que as correções são inerentes ao ciclo de mercado. Analistas que declaram o “fim do mercado de alta” geralmente usam a emoção para descrever o que é, tecnicamente, uma fase de consolidação e desalavancagem.

A resiliência de ativos como LTC, XMR, WLFI e UNI fornece insights valiosos. Além disso, o desempenho superior do XRP em um momento de liquidação generalizada sugere que fatores específicos de cada projeto, como o progresso regulatório e o desenvolvimento de produtos (como o ETF), podem mitigar o risco sistêmico. Assim, enquanto a maioria do mercado acompanha o Bitcoin, alguns nichos demonstram força independente.

Em conclusão, a semana foi marcada por extrema volatilidade e pessimismo, com o Bitcoin perdendo um suporte crucial. O mercado se move em ciclos. Portanto, a observação de altcoins fortes e o lançamento de produtos institucionais indicam que a fundação tecnológica e o interesse estrutural no setor continuam sólidos, apesar da dor momentânea nos preços. O mercado agora procura por um novo piso para iniciar o próximo ciclo de alta.