Ronaldinho responsabiliza empresário por passaporte falso
Ronaldinho Gaúcho responsabiliza o empresário pela entrega dos documentos falsos apreendidos no Paraguai
O craque de Barcelona e da seleção brasileira, Ronaldinho Gaúcho, responsabilizou o empresário Wilmondes Sousa Lira pela entrega dos documentos falsos apreendidos ontem no Paraguai. O ex-jogador e seu irmão Assis foram detidos na noite dessa quarta-feira (04/3), sob a acusação de portarem passaportes falsos. Ele chegou ao país na parte da manhã para participar de uma campanha comunitária, promovida por uma fundação que presta assistência médica a meninas e meninos em situação de pobreza.
Em entrevista à rádio ABC Cardinal, o comissário Gilberto Fleitas, diretor de Investigação de Fatos Puníveis da Polícia Nacional do Paraguai, contou que os irmãos manifestaram, em uma conversa preliminar, que os passaportes foram providenciados por um outro brasileiro que estava na suíte do hotel, identificado como Wilmondes.
O empresário Sousa Lira está detido, desta noite de ontem, na sede de Investigação de Delitos da Polícia Nacional. Já o ex-jogador e seu irmão permanecem sob custódia na suíte especial do luxuoso Hotel Yacht e Golf Club, na cidade de Lambaré, onde estão hospedados.
Polêmicas
Esta não foi a primeira polêmica envolvendo o nome do astro de futebol. Em novembro de 2018, Ronaldinho e seu irmão, Roberto Assis, tiveram os passaportes apreendidos.
Ambos foram condenados por crime ambiental. Eles teriam construído, em área de preservação permanente, sem autorização, uma rampa para atracar embarcações náuticas, com plataforma de pesca e atracadouro, na orla do Lago Guaíba, em Porto Alegre (RS).
A indenização proferida foi superior a R$ 8,5 milhões, além de serem obrigados a reverter os danos causados na área. A sentença é de fevereiro de 2015. Em setembro do ano passado, os dois entraram em acordo com o Ministério Público e recuperaram os passaportes detidos. No entanto, iniciada a fase de cumprimento de ordem judicial, os réus não foram encontrados.
Pelo descumprimento do acordo, nova sentença foi proferida, determinando a apreensão de passaportes e a restrição de emissão de novos documentos ao ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e ao seu irmão e empresário, Roberto Assis.
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Ainda assim, em setembro de 2019, Ronaldinho foi nomeado embaixador do turismo brasileiro pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo). Segundo nota divulgada pela Embratur na ocasião, o “ex-atleta ajudará, voluntariamente, diversas campanhas a serem realizadas pelo instituto”.
Outro problema
No último dia 14, Ronaldinho virou réu em uma ação civil coletiva que pede R$ 300 milhões por danos morais e materiais por causa de sua ligação com a empresa 18kRonaldinho, que teria oferecido investimento em criptomoedas com rendimento diário de 0 a 2% ao dia.
Desde o ano passado, a firma tem bloqueado o dinheiro de clientes que investiram em suas atividades. A ação coletiva está sendo movida pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) de Goiás, que diz ter identificado 150 pessoas lesadas pelo bloqueio das contas da 18k.
De acordo com o Ibedec, as vítimas moram em vários estados brasileiros e em países como Estados Unidos, Portugal e Itália. O valor estipulado na ação foi calculado com base nos supostos prejuízos das vítimas, mas o pedido ainda será apreciado pela Justiça.
Além de Ronaldinho e da empresa que leva seu nome, aparecem como réus da ação os diretores e colaboradores Marcelo Lara Marcelino, Bruno Rodrigues Alcântara, Raphael Horácio Nunes de Oliveira e Athos Trajano da Silva, que costumavam arregimentar clientes em reuniões pelo Brasil.
Jornalista com especialização em História do Brasil pela UFF, trabalhou em diversos veículos de comunicação como O Globo, Jornal do Commercio, revista PC Mundo e Rádio Tupi.