Rússia quer mudar tarifas de energia após imigração de mineradores chineses
Desde que a China proibiu a mineração no país, consumo de energia na região de Irkutsk aumentou em 160%.
Em maio deste ano, o Conselho Estadual da China reforçou que comercializar ou minerar criptoativos no país é proibido. Por conta disso, a fim de não sucatear equipamentos e manter as atividades em funcionamento, mineradores começaram a transferir suas atividades para cidades russas. Com isso, o consumo de energia subiu consideravelmente em algumas cidades, trazendo preocupações para os governos locais.
Nikolai Shulginov, Ministro de Energia, afirmou que vai desenvolver novas modalidades de tarifas para diferenciar os usuários comuns dos mineradores. A região de Irkutsk fica a 1.700km da China e é uma das maiores da Sibéria, rica em energia hidrelétrica e cujo clima é favorável para a instalação de mineradoras.
Shulginov também afirmou que, para garantir a qualidade e a confiabilidade dos serviços de distribuição de energia elétrica, é necessário criar sistemas de tarifas diferenciados. Igor Runets, CEO da mineradora russa BitRiver, gostou da iniciativa:
“É justo e economicamente saudável. Além do mais, ajudará os mineradores a entrar na legalidade, pois o Estado poderá dar os primeiros passos em direção à regulamentação da indústria, o que levará à transparência como um todo.”
Fonte: Cointelegraph
Alto consumo de energia
A Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criou o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index (Índice de Consumo Energético do Bitcoin, em tradução livre), para mensurar a quantidade de energia gasta por ano pelas máquinas de mineração. O índice é atualizado a cada 24 horas.
Durante a criação desta reportagem, o Bitcoin consome cerca de 103.7 TW/h (Terawatts-hora) por ano. Isso significa que apenas a mineração do criptoativo consome mais que todo o Cazaquistão, ou mesmo as Filipinas e chega bem perto do consumo anual dos Países Baixos e dos Emirados Árabes.
A fim de resolver o problema energético, muitas mineradoras desenvolvem suas próprias soluções sustentáveis, o que reduz as tarifas de energia e aumenta a lucratividade.
Ainda segundo o índice, os mineradores russos são responsáveis, sozinhos, por 11% de todo o hash rate da rede.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.