Satsconf 2025: Bitcoin como padrão global

Primeiro dia de Satsconf destaca o futuro do Bitcoin como padrão global e a revolução cultural em torno da tecnologia
Evento reúne especialistas, artistas e empreendedores para debater o impacto econômico, político e social da principal criptomoeda do mundo
O primeiro dia da Satsconf, maior evento 100% focado em Bitcoin da América Latina, reuniu alguns dos principais nomes do ecossistema Bitcoin. Eles discutiram desde os fundamentos econômicos e políticos da criptomoeda até seu papel como ferramenta de transformação cultural, social e energética. Além disso, o público acompanhou reflexões sobre o impacto global dessa revolução tecnológica.
Adoção global e novos paradigmas
No painel “Bitcoin pode se tornar um Padrão Mundial? Um Olhar Crítico Sobre o Futuro da Adoção do Bitcoin”, Fernando Ulrich e Rapha Zagury destacaram que a adoção depende diretamente da educação financeira e da prática cotidiana. Ambos apontaram que governos já começam a armazenar Bitcoin como reserva estratégica.
Ulrich o definiu como um “ouro mais acessível”. Já Zagury comparou o ativo à Netflix, em contraste com o VHS do ouro. O caso de El Salvador também foi citado como exemplo de abertura regulatória, embora a adoção forçada tenha recebido críticas de parte dos participantes.
Em “Pintando a Pílula Laranja: Arte e Bitcoin como Revoluções Culturais”, Marcio Scocco mostrou como a arte comunica os valores de liberdade e soberania do Bitcoin. Assim, aproximou o tema de novos públicos. Já em “The Gold-First Theory: Um Reset Controlado Antes do Padrão Bitcoin”, Bernardo Braga abordou o cenário geopolítico e o acúmulo de ouro por grandes potências. Segundo ele, esse movimento pode ser um prelúdio ao padrão Bitcoin.
Tecnologia, política e energia em convergência
O painel “Paper Bitcoin: As Tensões entre os Ideais do Bitcoin e a Adoção Institucional”, com Stephan Livera, Mason Foard e Sam Callahan, discutiu os desafios da institucionalização e a escassez de novos desenvolvedores. Nesse sentido, o grupo destacou que a consolidação do Bitcoin deve equilibrar praticidade e preservação de valor.

Em seguida, no painel “Bitcoin e Política: Devemos Entrar na Arena?”, Fernando Henriques, Guilherme Bandeira e Felipe Américo defenderam o engajamento político da comunidade. De acordo com eles, essa atuação é essencial para enfrentar ameaças regulatórias e preservar a privacidade dos usuários.
Encerrando o dia, Caio Leta apresentou “Energia Ociosa e o Futuro da Mineração de Bitcoin”. Ele mostrou como a atividade pode transformar desperdício energético em valor econômico e inclusão social. Já Bruno Vaccotti, do Penguin Group — empresa que atua em mineração sustentável e educação tecnológica por meio da Penguin Academy — apresentou o projeto CodePRO. Além disso, destacou o potencial do modelo para financiar formação técnica no Paraguai.
Convergência de ideias e impacto coletivo
O primeiro dia da Satsconf evidenciou que o Bitcoin transcende o aspecto financeiro. Assim, consolida-se como um movimento econômico, cultural e energético. As palestras reforçaram que o futuro da criptomoeda dependerá, sobretudo, de educação, regulação equilibrada e adoção prática. Tudo isso deve ser sustentado por uma comunidade global comprometida com liberdade, inovação e propósito.
Sobre a Satsconf
A Satsconf é um evento que reúne os maiores especialistas nacionais e internacionais em Bitcoin. O objetivo é compartilhar conhecimento sobre liberdade, soberania individual e a internet do dinheiro, fortalecendo o diálogo entre tecnologia, economia e sociedade.
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