Shiba Inu vive fase crítica em carta de fim de ano

A comunidade Shiba acompanha um período decisivo após a divulgação de uma carta de fim de ano do desenvolvedor Kaal Dhairya. O texto detalhou os avanços na recuperação do ecossistema após o ataque recente, além de explicar mudanças estruturais que devem impactar o futuro da rede.

Desenvolvedor descreve meses de maior pressão no ecossistema

Dhairya  escreveu que decidiu escrever a carta por considerar essencial oferecer uma atualização transparente à comunidade. Segundo ele, a equipe trabalhou em ritmo intenso para restaurar serviços e reforçar a segurança, mesmo durante madrugadas, feriados e finais de semana. Além disso, reforçou que o processo de reconstrução exigiu foco e responsabilidade.

O desenvolvedor também rebateu críticas sobre a suposta ausência de denúncias formais às autoridades. Ele explicou que o processo está em andamento e que já foi entrevistado por três agentes federais. No entanto, afirmou que não divulgará provas públicas, números de protocolo ou identificadores de investigação, alegando que isso apenas incentivaria oportunistas.

Dhairya destacou ainda que não responderá mais a críticas direcionadas por pessoas interessadas em explorar a comunidade. Assim, reforçou que a prioridade segue na restauração completa do ecossistema e na estruturação de ferramentas que garantam transparência aos usuários.

Avanços técnicos e reforço de segurança

No campo técnico, a recuperação da rede já está quase finalizada. A Plasma Bridge voltou a funcionar com novas camadas de segurança, incluindo lista de bloqueio, contratos fortalecidos e atraso de sete dias para saques. Além disso, mais de cem contratos considerados críticos passaram para custódia em hardware, e a Hexens auditou todas as modificações relevantes.

O sistema de checkpoints também foi restabelecido. Dhairya explicou que ocorre uma mudança estrutural significativa: o desacoplamento da bridge em relação aos validadores. Segundo ele, essa etapa será essencial para ampliar a descentralização da Shibarium. No entanto, alertou que validadores mal-intencionados continuam sendo risco real e que a consolidação da descentralização exigirá tempo.

Embora os avanços técnicos sejam consideráveis, Dhairya afirmou que isso não significa que os usuários afetados já receberam compensação financeira. Portanto, apresentou o projeto SOU, sigla para Shib Owes You, que ainda não está ativo. O mecanismo registrará, por meio de SOU NFTs na blockchain Ethereum, o valor devido a cada vítima do ataque.

Esses NFTs funcionarão como prova cripto permanente. Além disso, poderão ser combinados, divididos ou transferidos para plataformas compatíveis. A Hexens também auditou módulos fundamentais do sistema, incluindo mintagem, pagamentos, doações e transferências.

Sistema SOU e novas diretrizes de sustentabilidade

Dhairya afirmou que o sistema só terá eficiência se houver fluxo contínuo de receita destinado ao SOU. Assim, reforçou que projetos sem sustentabilidade financeira poderão ser pausados ou encerrados. Segundo ele, a prioridade deve ser o ressarcimento dos usuários, mesmo que isso exija revisões de tokenomics ou fusões de sistemas internos.

Ele destacou que dedicou tempo e recursos pessoais para manter o ecossistema funcionando, mas não poderá sustentar esse esforço sozinho. Portanto, convocou outros membros a assumirem responsabilidade caso desejem que o Shiba opere como rede descentralizada e não apenas como ativo especulativo.

Shiba Inu price chart
Shiba Inu permanece em forte tendência de baixa, gráfico de 1 semana | Fonte: SHIBUSDT no TradingView.com

O cenário descrito por Dhairya indica que o Shiba passa por fase de reconstrução profunda. Além disso, o avanço da Plasma Bridge, as auditorias concluídas e o desenvolvimento do SOU demonstram que o ecossistema tenta recuperar a confiança da comunidade e organizar processos claros de ressarcimento após o ataque.