Stablecoins ultrapassam US$ 300 bilhões e aceleram pagamentos B2B no Brasil

Stablecoins e pagamentos B2B

Tecnologia combina estabilidade cambial e velocidade blockchain para impulsionar a competitividade internacional das empresas brasileiras

O mercado das stablecoins, moedas digitais lastreadas em dólar, atingiu novos patamares históricos em setembro. A capitalização total, notavelmente, superou US$ 300 bilhões pela primeira vez, segundo o Crypto Industry Report. O avanço indica, de fato, uma tendência crescente. Empresas estão, assim, adotando a tecnologia como instrumento financeiro e infraestrutura para transações internacionais mais rápidas, seguras e econômicas.

No Brasil, o impacto é crescente entre companhias que realizam pagamentos B2B (business-to-business) com parceiros no exterior. A combinação entre estabilidade cambial e agilidade das redes blockchain está substituindo processos lentos e caros do sistema tradicional. Isso inclui, por exemplo, o uso do SWIFT, que pode levar dias para compensar e cobrar taxas entre US$ 15 e US$ 45 por transação. Além disso, há a incidência de IOF e oscilações cambiais.

Sofia Düesberg, General Manager da Conduit no Brasil, afirma: “As stablecoins estão redefinindo a forma como as empresas brasileiras participam do comércio global”. Ela acrescenta: “Elas oferecem a confiança do lastro em moeda forte, como o dólar, com a eficiência das redes blockchain. Estas liquidam pagamentos em minutos e sem intermediários bancários. Isso, por conseguinte, muda completamente a dinâmica de fluxo de caixa e previsibilidade financeira das empresas”.

Eficiência, Transparência e Redução de Custos para o B2B

A principal vantagem para o mercado B2B reside na eficiência operacional. Enquanto transferências internacionais tradicionais dependem de múltiplos intermediários e fusos horários bancários, as stablecoins permitem pagamentos 24/7. Elas oferecem, ademais, liquidação instantânea e rastreabilidade total. Além disso, a tecnologia reduz barreiras cambiais e simplifica o compliance regulatório. Cada transação, aliás, fica registrada de forma transparente no blockchain, facilitando auditorias e controles internos.

Empresas que importam insumos, contratam serviços no exterior ou operam com fornecedores globais têm encontrado nessas moedas digitais uma forma de ganhar competitividade. Isso ocorre ao eliminar custos ocultos e reduzir o tempo de capital parado em trânsito. Düesberg destaca: “Hoje, um pagamento internacional via stablecoin pode ser concluído em minutos. E, além disso, com custos menores do que o processo bancário tradicional”. Ela conclui: “Essa eficiência abre espaço para que negócios de todos os portes, inclusive as PMEs, possam atuar globalmente com o mesmo nível de agilidade das grandes corporações”.

A Liderança do Brasil e a Tendência de Maturação do Mercado

O Brasil desponta como um dos mercados mais promissores para a adoção corporativa das stablecoins. A familiaridade do setor corporativo com o Pix e o avanço da digitalização financeira, assim, criam terreno propício para a integração de soluções blockchain no ambiente de negócios.

Düesberg conclui: “O mercado está amadurecendo rapidamente. As empresas já não veem o blockchain como um experimento, mas como uma infraestrutura real de pagamentos globais”.