Startup se junta à Samourai Wallet para criar aplicativo de troca de Bitcoin sem precisar de internet

GoTenna, uma startup descentralizada, se uniu à Samourai Wallet, uma carteira de Bitcoin focada em privacidade e segurança, para criar um aplicativo que permite que seus usuários negociem bitcoin sem estarem conectados à internet.

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O aplicativo TxTenna marca um esforço para descentralizar ainda mais a rede do bitcoin, segundo Richard Myers, engenheiro de aplicações descentralizadas da goTenna e co-fundador da Bybit AB, falando ao inthemesh.com. O dispositivo da goTenna permite que usuários se juntem a uma rede mesh e enviem informações, sem a necessidade de acesso à internet.

Como funciona

Com o aplicativo goTenna, o usuário cria uma transação de bitcoin no aplicativo enquanto está offline. O aplicativo envia a transação para o aplicativo Txtenna, chegando aos nós mesh. A transação então chega a outros dispositivos goTenna, eventualmente a um nó que esteja conectado à internet que também tenha o TxTenna, que transmite a transação à rede do bitcoin.

Segundo a goTenna, simulações indicam que menos de dois nós aleatórios em uma área de três milhas quadradas são suficientes para fornecer uma rede goTenna.

O projeto oferece uma camada alternativa de comunicação, que a goTenna acredita ser capaz de formar uma rede de bitcoin mais resiliente.

Construída sobre o projeto Blockstream

A goTenna integrou seu dispositivo com o projeto MuleTools da Samourai Wallet, um projeto open source que foi influenciado pela iniciativa Blockstream, que utiliza satélites para fornecer suporte às transações da rede bitcoin, um esforço para sustentar sistemas alternativos de transação. Myers ressaltou que a medida de descentralização da Blockstream beneficia a verificação de transação, mas deixa a necessidade de mover as transações para a rede de bitcoin.

A rede bitcoin atualmente depende de ISPs que são, em grande parte, executados por grandes companhias, que geralmente colocam seus interesses comerciais sobre a neutralidade da rede, alegou Myers. Em 2007/2008, por exemplo, a Comcast enfraqueceu o tráfego do BitTorrent, uma rede para baixar e compartilhar arquivos.

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Em busca de um blockchain mais resiliente

Caso um governo proíba bitcoin, ele pode listar ISPs para bloquear nós da rede local, salientou Myers.

Exemplos já foram constatados de escritórios de advocacia, alegando violações de direitos de copyright, capazes de identificar usuários do BitTorrent baseando-se na informação fornecida via ISP.

Segundo JW Weatherman em seu “Modelo de Ameaça ao Bitcoin”, um nó de bitcoin pode ser enganado para achar que uma transação não foi confirmada, explicou Myers.

O fato de que tais ISPs são centralizados também os torna propícios a disastres. A camada de comunicação precisa ser mais resiliente.

Elaine Ou e Nick Szabo sugeriram a utilização de ondas curtas de rádio para transações, um projeto que permanece como protótipo.

Canais menos comuns, como microondas privadas de rádios amadores, redes de pagers e satélites também podem se provar resilientes, observou Myers.

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Fonte: CCN