Ator terá que pagar US$ 314 mil, e está proibido, pelos próximos três anos, de promover títulos, digitais ou não

Com a sua bombástica valorização a partir de 2017, a criptomoeda alcançou grande popularidade atraindo investidores de diferentes países, inclusive, com um número considerável de celebridades que passaram a investir em Bitcoin.

Mas, não é para menos. Em dezembro de 2017, o Bitcoin teve uma valorização de 1.500%. A descoberta da tecnologia do blockchain só fez aumentar as expectativas positivas em torno desse tipo de moeda.

Nesse contexto, muitas pessoas, mesmo sem entenderem bem o mercado de criptomoedas, resolveram embarcar, induzidas por propagandas de celebridades, relatando os lucros obtidos com o novo investimento, sem revelar a sua alta volatilidade.

Tal fato levou os desinformados a enormes prejuízos financeiros, além da revelação de personalidades famosas em atos escusos.

Assunto amplamente divulgado esta semana na mídia internacional e nacional, o nome de um dos maiores astros de ação do cinema americano aparece na prática de um golpe envolvendo a moeda digital Bitcoin. O personagem é o ator, produtor cinematográfico, roteirista, diretor e mestre de artes marciais estadunidense, Steven Seagal.

De acordo com investigações da Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, sigla em inglês), o ator de filmes de ação americana participou de uma fraude em 2018, ao promover uma criptomoeda chamada Bitcoiin  (com duas letras I), que teria o nome parecido com a Bitcoin (maior criptomoeda de todas), visando iludir investidores.

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Em anúncios e publicações nas suas contas de rede social, o ator incentivava o público a “não perder” a Bitcoiin2Gen (ICO). Fez também comunicado à imprensa intitulado:

O mestre zen Steven Seagal tornou-se embaixador da marca Bitcoiin2Gen.”

  No entanto, desde então, a moeda divulgada por Steven Seagal perdeu 99% do seu valor.

Além disso, relatório da SEC determinou em 2017 que as moedas vendidas na OIC podem ser consideradas títulos. Com isso, sua publicidade se enquadre em outra categoria de restrições, tornando obrigatório as celebridades ou qualquer outra pessoa que promova uma moeda digital a revelar a natureza e o valor da compensação recebida, fato omitido por Seagal.

Levantamento da SEC indica que o astro recebeu US$ 750 mil em B2G, acrescidos do pagamento de US$ 250 mil pela divulgação da moeda nas redes sociais.

“As celebridades não podem usar sua influência nas redes sociais para promover valores sem divulgar adequadamente sua remuneração”, esclareceu a chefe da Unidade Cibernética da Divisão de Conformidade com a SEC, Kristina Littmann.

Sem comentar a polêmica envolvendo seu nome, Steven Seagal concordou em devolver US$ 157 mil, valor real recebido pela empresa, mais juros. Admitiu também pagar uma multa de outros US$ 157 mil, se comprometendo em não promover títulos, digitais ou não, pelos próximos três anos.

Esta não é a primeira polêmica envolvendo o astro americano. Steven Segal já foi mencionado em supostos casos de assédio sexual em um processo movido contra o ator em Los Angeles; foi questionado por sua grande admiração ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e sua participação em grupos armados de voluntários que monitoram a fronteira com o México para combater a imigração ilegal.

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O autor: Elen Genuncio

Jornalista com especialização em História do Brasil pela UFF, trabalhou em diversos veículos de comunicação como O Globo, Jornal do Commercio, revista PC Mundo e Rádio Tupi.