SWIFT e bancos brasileiros criam blockchain global inédita

SWIFT e bancos brasileiros

SWIFT avança com blockchain interoperável e bancos brasileiros entram no projeto

A SWIFT, espinha dorsal do sistema financeiro internacional, vive uma transformação histórica. A rede, que conecta mais de 11 mil instituições financeiras em mais de 200 países, anunciou uma parceria estratégica com bancos globais e brasileiros. O objetivo é desenvolver uma blockchain interoperável e capaz de liquidar transações em tempo real. Além disso, a iniciativa integra o Ethereum e abre novas perspectivas para pagamentos transfronteiriços. Com isso, o sistema financeiro entra em uma nova era de velocidade, transparência e integração digital.

SWIFT e a busca pela inovação

A Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunications (SWIFT) é reconhecida como a principal rede global de mensagens financeiras. Desde 1973, ela funciona como elo central entre bancos e instituições, permitindo transferências internacionais seguras e padronizadas. No entanto, com o avanço das criptomoedas, a pressão por serviços mais ágeis, transparentes e baratos aumentou. Por isso, a SWIFT iniciou testes com soluções baseadas em blockchain para modernizar seus processos, manter relevância e responder às novas demandas do mercado global.

Bancos brasileiros no epicentro do projeto

Entre mais de 30 instituições financeiras envolvidas na nova rede blockchain da SWIFT, Bradesco e Itaú Unibanco aparecem como representantes brasileiros. De acordo com Marina Veasey, diretora do Bradesco, a colaboração com a SWIFT reforça o compromisso constante com inovação e eficiência. Já o Itaú enxerga a participação como oportunidade de ampliar sua presença internacional e fortalecer operações globais. Essa parceria evidencia como o Brasil se posiciona para influenciar a próxima geração de pagamentos transfronteiriços.

Interoperabilidade com Ethereum

O livro-razão digital desenvolvido em conjunto com a Consensys usará o Ethereum, o que traz escalabilidade e flexibilidade à iniciativa. Por meio de contratos inteligentes, as regras e liquidações ocorrem automaticamente, reforçando a segurança das operações. Essa camada digital não substitui redes tradicionais, mas as complementa, garantindo interoperabilidade. Dessa forma, bancos transferem valores tokenizados regulamentados sem abrir mão dos sistemas fiduciários existentes, criando uma ponte entre finanças tradicionais e descentralizadas.

Impacto global e disputa trilionária

Segundo Rubens Neinstein, cofundador da Netspaces, os pagamentos internacionais são o “próximo mercado de trilhões de dólares”. A disputa já envolve bancos gigantes, fintechs e até blockchains de stablecoins como a Plasma, focada em transações rápidas e sem taxas com USDT. A SWIFT, por sua vez, planeja liderar essa corrida, aproveitando sua rede já consolidada e sua experiência em padronização. Portanto, o sucesso do projeto pode definir os rumos da infraestrutura financeira global nas próximas décadas.

Entendendo a importância do SWIFT

A SWIFT não envia dinheiro físico; ela transmite informações padronizadas que permitem a realização de pagamentos internacionais. Antes da sua criação, instituições dependiam do telex, um sistema lento e inseguro. Com a SWIFT, códigos universais conhecidos como BICs ou códigos SWIFT padronizaram as transações. Essa evolução gerou ganhos em velocidade, segurança e custo. Além disso, a rede atua como cooperativa supervisionada por bancos centrais do G-10, garantindo neutralidade e alcance global.

Desafios e oportunidades

Apesar do potencial, integrar blockchain à SWIFT exige um esforço intenso. A rede precisa conciliar sistemas antigos e emergentes, lidar com diferentes regulações e manter padrões de segurança. Ainda assim, essa mudança se mostra inevitável. A tokenização de ativos, contratos inteligentes e liquidações instantâneas já se tornaram realidade em diversos mercados. Dessa maneira, o novo projeto coloca a SWIFT e seus parceiros à frente da inovação, abrindo espaço para produtos financeiros mais transparentes e competitivos.

A nova blockchain interoperável da SWIFT, com apoio de bancos brasileiros e integração ao Ethereum, marca um ponto de virada no sistema financeiro global. Essa evolução vai muito além da tecnologia: representa a convergência entre instituições tradicionais e o universo descentralizado, prometendo redefinir pagamentos internacionais, reduzir custos, ampliar a transparência e criar oportunidades inéditas para bancos, empresas e investidores. Em um cenário de disputa trilionária, quem se posicionar agora estará à frente da transformação.