Telefónica analisa comprar a Oi por R$ 27 bilhões

Telefónica, dona da Vivo, quer comprar a sua rival brasileira

A empresa espanhola se colocou nas mãos de um banco de investimento dos EUA para avaliar a aquisição de parte dos ativos de sua rival, em processo de falência desde 2016.

A Telefónica não apenas quer tomar medidas defensivas, como a renovação da força de trabalho e a venda de novos ativos, para acelerar a reestruturação da empresa, reduzir a dívida e incentivar contribuições. Segundo fontes próximas à operação, a multinacional espanhola está analisando a compra potencial da Oi, sua rival brasileira, que passa por um momento financeiro muito delicado após entrar em falência e ser resgatada em 2016. A capitalização de mercado de sua concorrente é de 6,7 bilhões de dólares, cerca de 6.000 milhões de euros.

Fontes próximas às negociações dizem que a Telefónica já contratou um banco de investimento como consultor para ajudar na compra parcial ou total da Oi, que em agosto passado apresentou perdas de 1.500 milhões de reais – US $ 390 milhões. ou 353 milhões de euros – no segundo trimestre do ano. Resultados que triplicaram as perdas esperadas pelos analistas e aumentaram a preocupação das autoridades brasileiras sobre o futuro dessa operadora de telefonia fixa e móvel.

Segundo outras fontes, a Telefónica entrou em contato com o Morgan Stanley para pedir conselho sobre a aquisição da Oi, que em janeiro contratou os serviços do Bank of America Merrill Lynch para analisar desinvestimentos de negócios não estratégicos e aliviar seu pesado saldo. Quando a empresa faliu há três anos, sua dívida era de 19.000 milhões de dólares, cerca de 17.000 milhões de euros.

Sua ideia inicial era vender suas torres e seu data center, algo semelhante ao que a Telefónica fez ao colocar 40% da Telxius, sua subsidiária de infraestrutura, seus cinco data centers e sua rede de fibra óptica (chega 2,5 milhões de casas). Mas o agravamento da situação levou a empresa a repensar o processo e, de acordo com fontes diferentes, os acionistas da Oi poderiam realizar uma liquidação ordenada da empresa com a transferência de sua divisão de telefonia fixa e móvel.

A Anatel, o órgão regulador brasileiro, apontou recentemente que o governo brasileiro não irá intervir para salvar a Oi depois que a mídia local publicou que ele iria intervir iminentemente para garantir o atendimento aos clientes. Pelo contrário, ele indicou que prefere uma solução de mercado para o quarto operador do país, com uma participação de mercado próxima a 18%. A principal é a Vivo, marca da própria Telefónica, seguida pela TIM, de propriedade da Telecom Italia, e Claro, controlada pelo mexicano Carlos Slim.

O grande mercado brasileiro

graf4891 madrid 07 06 2019 jose maria alvarez pallete presidente ejecutivo de telefonica durante la junta de accionistas de telefonica la mayor operadora espanola que vota este viernes el reparto de
José María Álvarez-Pallete

Precisamente, o fato de a Telefónica ser a principal participante do mercado brasileiro poderia impedir a compra de toda a Oi, uma vez que teria uma posição dominante que a Anatel não veria com bons olhos. Mas para o grupo liderado por José María Álvarez-Pallete, participar de seu concorrente é uma grande oportunidade, principalmente depois que o Senado brasileiro aprovou a nova lei nacional na semana passada.

Essa lei reduz restrições às operadoras para a venda de ativos e permite que elas sejam proprietárias diretamente de ativos de telecomunicações, como torres móveis e outros imóveis. Regra que, segundo bancos como Goldman Sachs, Itaú e BTG Pactual, favorece especialmente a Telefónica e a Vivo, nas quais a TIM também já se interessou em diversas ocasiões.

A Telefónica se recusou a comentar essas informações, assim como o Morgan Stanley. Outras fontes indicam que o JP Morgan também poderia participar da operação se o espanhol finalmente tomar uma decisão. O Brasil, onde o grupo participou do CaixaBank e do BBVA, possui quase 98 milhões de acessos, fornece 21% da receita do grupo e 23% do lucro operacional, com uma margem de 40,8%. Portanto, qualquer passo para ganhar tamanho neste país em constante crescimento seria bem visto pelo mercado, segundo fontes financeiras.

Fonte: ElConfidencial

Foto de Bruno Lugarini
Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.