Venezuela financiará moradias para desabrigados com a Petro
O Ministro de Construção e Habitação da Venezuela, Ildemaro Villarroel, revelou recentemente que o país está planejando financiar a construção de moradias utilizando sua criptomoeda lastreada por petróleo, a Petro.
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Segundo o veículo de notícias local Telesur, as casas serão financiadas como parte do projeto de habitação do governo, “la Gran Misión Vivienda Venezuela (GMVV)”, que, segundo fontes, objetiva dar às famílias sem teto uma solução decente e acessível, utilizando dados baseados no interesse da comunidade em resolver o problema do déficit de moradia.
Segundo Villarroel, 33 companhias locais já estão passando por processos de validação técnica, financeira e logística, a fim de iniciar os projetos de construção. O ministro da venezuela foi citado:
“Juntamente com os governadores, nós revisamos os planos e vamos começar no segundo trimestre. Nesse semestre, o GMVV receberá recursos, que serão protegidos e estabelecidos este ano com a Petro.”
Segundo a Telesur, o líder venezuelano Nicolas Maduro aprovou o uso de 75 bilhões de bolívares e 909 mil Petros para construir as novas casas. O presidente ainda afirmou que a criptomoeda oferece benefícios que representam um escudo protetor para a construção de moradias.
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Venezuela e a Petro
A Venezuela tem dado a Petro em vários casos de uso, presumidamente em uma tentativa de alavancar a demanda. No início deste ano, o governo revelou que pode cobrar pelas suas exportações por meio da criptomoeda, oferecendo à Índia um desconto de 30% em óleo bruto, caso este seja pago em petros — uma oferta que a Índia rejeitou.
Notadamente, em uma entrevista concedida ao jornal Cuatro F em abril, o secretário executivo do Observatório de Blockchain do país, Daniel Peña, afirmou que o impacto da criptomoeda seria sentido dentro de três a seis meses.
O renomado Brookings Institute, por outro lado, alegou que a Petro prejudica as criptomoedas legítimas, tendo em vista que a sua venda foi essencialmente uma forma da Venezuela burlar as sanções internacionais e angariar capital estrangeiro. O white paper da criptomoeda alega que ela será utilizada para pagar por impostos, taxas e serviços públicos.
Desde que foi anunciada no ano passado, a criptomoeda lastreada por petróleo tem estado imersa em controvérsia, tendo a Assembleia Nacional da Venezuela declarado que a mesma é inconstitucional. Além disso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, proibiu que cidadãos estadunidenses e residentes do país investissem na Petro.
A ação de Trump, segundo os oficiais do governo venezuelano, foi uma “publicidade gratuita” que ajudou a dobrar o número de investidores interessados. Em maio, confirmou-se que a saga da Petro continuará de forma indefinida, tendo em vista que Maduro agora tem outro mandato como presidente, obtido por meio de uma eleição muito controversa.
Fonte: CCN