Walmart busca patente de stablecoin similar à Libra

A gigante de varejo Walmart solicitou uma patente de ativo criptográfico que apresenta algumas semelhanças com a Libra, proposta pelo Facebook.

Na proposta apresentada ao  Escritório de Marcas e Patentes dos EUA, o Walmart apregoa o conceito de uma moeda digital “vinculada a uma moeda comum” – ou seja, o que é comumente conhecido como stablecoin. É um dos pontos de proximidade com a Libra, atrelada a uma cesta de moedas fiduciárias e títulos do governo, segundo o Facebook.

Além disso, o documento de solicitação sugere que a moeda proposta poderia ajudar a fornecer financiamento para aqueles com acesso limitado a serviços bancários. Algo que também é das principais reivindicações que o Facebook fez para Libra, provavelmente em um argumento de persuasão do público e até mesmo dos reguladores.

“Usando uma moeda digital, as famílias de baixa renda que acham que os serviços bancários são caros podem ter uma forma alternativa de lidar com a riqueza em uma instituição que pode suprir a maior parte das necessidades financeiras e de produtos do dia a dia”, afirma o Walmart.

A questão dos pagamentos

A criptomoeda do Facebook deve criar um sistema em que suas plataformas de mídia social possam usar a Libra para pagamentos, permitindo que os anunciantes ganhem unidades da moeda e paguem o Facebook no token por anúncios. Embora a proposta é de que a Libra seja usada mais amplamente, com o tempo, em remessas e outras aplicações.

Da mesma forma, o Walmart também indica que sua moeda pode ter características que se aplicam a um token usado como meio de pagamento, no contexto de um ecossistema varejista. Outra possibilidade apontada é a conversão em dinheiro.

“A moeda digital pode estar atrelada ao dólar americano e disponível apenas para uso em varejistas ou parceiros selecionados. Em outros formatos, a moeda digital pode ser disponibilizada para uso em qualquer lugar. A moeda digital pode fornecer um espaço livre de taxas ou mínimo para armazenar riqueza que pode ser gasta, por exemplo, em varejistas e, se necessário, facilmente convertida em dinheiro. ”

E também há diferenças

Uma diferença notável é que os usuários de uma “Walmart Coin” poderiam “ganhar juros”, conforme sugere o documento explicativo. Com a Libra, os juros ganhos sobre os fundos de reserva potencialmente vastos do programa iriam para os parceiros do projeto, que custam à empresa cerca de US $ 10 milhões .

O Walmart sinaliza, ainda, que seu token poderia armazenar os históricos de compras do usuário no blockchain. Outro recurso inovador sugerido na apresentação, bastante genérica, é, por exemplo, a chance de agregar o ativo a um “sistema crédito biométrico pré-aprovado”, que funcione por impressão digital ou padrão ocular.

“Uma pessoa é o ‘cartão de crédito’ para o seu próprio banco de valor digital”, diz a empresa.

A proposta também indica a possibilidade de o token restringir quais categorias de produtos podem ser compradas e por quem. Isso traria a perspectiva de impedir que menores compassem cigarros, bebidas alcoólicas ou outros itens proibidos ou não indicados. O Walmart já está usando o blockchain para rastrear produtos como verduras frescas e produtos farmacêuticos . A empresa também estuda outras aplicações tecnológicas, com projetos de entrega automatizada com o uso de drones, por exemplo.

Fonte: Coindesk

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Foto de Daniela Risson O autor:

Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.