Wells Fargo afirma que Bitcoin é muito arriscado para seus clientes, mas pagará multa por praticar golpes contra eles

Wells Fargo e a história do falador

Wells Fargo — terceiro maior banco dos Estados Unidos, com US$2 trilhões em ativos — pagará uma compensação de US$575 milhões após admitir que, sistematicamente, efetuou golpes contra seus próprios clientes durante 15 anos. Ironicamente, a multa vem meses após o banco tratar o Bitcoin com um investimento muito arriscado.

Após uma investigação a nível federal, o Wells Fargo admitiu que seus funcionários abriram mais de 3,5 milhões de contas bancárias e cadastros de cartões de crédito sem a autorização de seus clientes, de 2002 até 2017.

O banco então ilegalmente cobrou de seus clientes por vários serviços financeiros pelos quais eles nunca realizaram cadastros, como apólices de seguro de vida e proteção de empréstimo em milhões de empréstimos automáticos.

Funcionários alegaram que eles realizaram tais fraudes pois estavam com medo de perderem seus empregos, caso não atendessem aos objetivos agressivos de venda do Wells Fargo.

Mais de US$2 bilhões em multas desde 2016

A multa será distribuída para todos os 50 estados dos Estados Unidos e ao distrito de Columbia. Wells Fargo também abriram um programa de restituição de clientes, para garantir que qualquer um ilegalmente cobrado por um serviço não autorizado seja restituído.

A revelação deste esquema fraudulento em 2016 levou a uma investigação direcionada ao CEO do Wells Fargo, John G. Stumpf.

Após entrar em conformidade com o Consumer Financial Protection Bureau (órgão dos EUA responsável pela proteção de consumidores), o Wells Fargo ainda tem investigações em andamento na Comissão de Títulos e Câmbio, no Departamento de Justiça e no Departamento Trabalhista.

A Wells Fargo já pagou mais de US$2 bilhões em multas desde o escândalo de contas falsas, que veio à público em 2016.

O promotor geral da Califórnia, Xavier Becerra, criticou o Wells Fargo pela violação das leis de proteção ao consumidor.

Em uma declaração feita no dia 28 de dezembro, Becerra afirmou que o abuso do Wells Fargo cometido contra seus próprios clientes prejudica a confiança dos mesmos no sistema bancário. Ele afirmou:

“Em vez de protegerem seus consumidores, o Wells Fargo os explorou, assinando produtos em nome deles — desde contas bancárias até seguro — que eles nunca quiseram.” 

Ele completou:

“Essa é uma incrível quebra de confiança, que ameaça não só os clientes que dependiam do Wells Fargo, mas que tinha confiança no sistema bancário. Foi uma conduta ilegal e vergonhosa.”

Alerta de ironia: Wells Fargo critica as criptomoedas

Ironicamente, em junho de 2018, o Wells Fargo proibiu que seus clientes utilizassem cartões de crédito para comprar criptomoedas. A proibição ocorreu enquanto os ursos atacavam o mercado.

Em uma declaração, o Wells Fargo citou que “múltiplos riscos associados com este investimento volátil” levaram a esta decisão. Um representante fez uma declaração:

“Clientes não podem mais utilizar seus cartões de crédito do Wells Fargo para comprarem criptomoedas. Nós estamos fazendo isso por conta dos múltiplos riscos associados a este investimento volátil.”

Muitos na esfera das criptomoedas afirmam que este recente escândalo bancário é outro exemplo que ressalta a falha épica das instituições centralizadas.

Entre isso e o recente aumento no interesse da Reserva Federal dos Estados Unidos, evangelistas do Bitcoin afirmam que é hora de abandonar os sistemas bancários corruptos.

Fonte: CCN