Wikimedia: plataforma sofre pressão para recusar doações em criptomoedas

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Molly White, editora do Wikipedia, é contra doações em criptomoedas. Imagem: Reprodução

A organização sem fins lucrativos foi criada para fundar a Wikipedia; vários usuários parecem elogiar a iniciativa da precursora da proposta.

Chega de cripto

Nem todos os mantenedores da Wikimedia, entidade filantrópica responsável pela produção e divulgação de conteúdo livre, estão de acordo com a aceitação de criptomoedas para doações. Molly White, editora da Wikipedia, enviou uma proposta que busca encerrar as doações envolvendo criptomoedas para sustentar a plataforma.

Segundo a autora, questões relacionadas a impactos ambientais são o motivo da petição. A plataforma aceita Bitcoin, Bitcoin Cash e Ethereum de seus doadores.

Três motivos

White divulgou as razões pelas quais ela acredita que a Wikimedia deve rejeitar criptomoedas:

Tecnologia predatória

Ela afirma que aceitar doações em criptomoedas endossa a vontade da plataforma de popularizar a economia descentralizada no mainstream. Contudo, tais tecnologias seriam “predatórias”;

Vai contra a sustentabilidade

White afirma que todas as iniciativas a favor da manutenção do meio ambiente são colocadas em xeque por conta da aceitação de criptomoedas. Segundo ela, a plataforma arrisca “ferir sua reputação por participar disso”;

Apoio dos usuários

A proposta de White gerou várias discussões secundárias a respeito da pauta, bem como uma votação para calcular a aceitação dos usuários.

Contudo, as votações não serão utilizadas para determinar o futuro do tema; espera-se que discussões profundas a respeito dos impactos ambientais sejam realizadas dentro dos fóruns.

Energia limpa

Segundo pesquisa da CoinShares Research, 74% da energia utilizada para sustentar a rede do Bitcoin vem de fontes limpas e renováveis. Além disso, Ripple e Nelnet anunciaram, no último trimestre do ano passado, um fundo de US$ 44 bilhões para fomentar o uso de energia limpa em tecnologias blockchain.

Segundo o Digiconomist, a mineração de Bitcoin gera cerca de 96 milhões de toneladas de dióxido de carbono todos os anos – o mesmo valor registrado em países de pequeno porte.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.