Zcash dispara enquanto Bitcoin luta para manter suporte

A alta explosiva de Zcash em meio à indecisão do Bitcoin
O mercado cripto iniciou a semana em tom de cautela, mas com surpresas. Enquanto o Bitcoin (BTC) tenta se sustentar próximo a US$ 108 mil, o Zcash (ZEC) roubou os holofotes com uma valorização impressionante. Nos últimos trinta dias, o token de privacidade acumulou alta superior a 460%, tornando-se o destaque absoluto entre as altcoins. Além disso, o cenário reforça o interesse crescente por ativos que preservam anonimato, mesmo em meio à consolidação das grandes criptomoedas.
O BTC continua negociado em uma faixa estreita, com suporte em torno de US$ 102 mil e resistência próxima de US$ 120 mil. Esses níveis técnicos são vistos como cruciais para o próximo movimento relevante. No entanto, a falta de volume e a indecisão do mercado mantêm os traders divididos. Uma queda abaixo de US$ 102 mil poderia acionar nova onda de liquidações, enquanto uma recuperação até US$ 120 mil indicaria reversão da tendência de curto prazo. Assim, o sentimento permanece neutro, ainda que levemente inclinado à cautela.
ZEC, por outro lado, segue uma narrativa distinta. O token registrou aumento de 9,2% nas últimas 24 horas e impulsionou o open interest (OI) em 22%, atingindo US$ 303 milhões — o maior avanço entre as principais moedas. Portanto, o apetite por risco e a busca por proteção caminham lado a lado em um mercado que alterna entre medo e otimismo.
Tokens protegidos e redução de oferta impulsionam o ZEC
O desempenho do ZEC é impulsionado principalmente pelo avanço dos chamados “tokens protegidos”. Esses ativos utilizam o mecanismo de shielding, que oculta detalhes das transações e exige armazenamento em carteiras não custodiais. Dessa forma, boa parte da oferta circulante fica fora das exchanges, reduzindo a liquidez disponível para venda.
Com menos tokens disponíveis e demanda crescente, o preço tende a subir de forma mais acelerada. Assim, o ZEC se transformou em um raro ponto de otimismo num mercado dominado pela lateralização do Bitcoin e pela queda de diversas altcoins. Além disso, essa dinâmica reaqueceu discussões sobre privacidade, um dos pilares originais das criptomoedas.

A análise gráfica da Zcash revela uma estrutura altista que se consolida progressivamente. O rompimento de resistências-chave acompanhado de volumes crescentes sugere um potencial de continuação. Os níveis de suporte reforçam-se, criando uma base técnica sólida para eventuais extensões altistas. Os indicadores de momentum confirmam esta dinâmica positiva com divergências bullish em várias timeframes.
O Order Block em 2H confirma esta acumulação ainda bem presente, o que oferece um suporte a vigiar nos 239 dólares. Numa quebra por baixo deste suporte, a ZEC visaria a sua MM dos 20 dias nos 217 dólares. Em caso de prosseguimento altista, a ZEC poderia atingir os 350 dólares, segundo o FBB, se quebrar a sua resistência nos 296 dólares.
BNB tenta consolidar suporte e mostra força estrutural
Paralelamente, o BNB, token nativo da BNB Chain, enfrentou uma sessão volátil. O ativo chegou a US$ 1.112 antes de recuar para US$ 1.067, refletindo incertezas macroeconômicas e realização de lucros. Tecnicamente, o BNB está consolidado entre o suporte de US$ 1.055 e a resistência de US$ 1.112.
Segundo Tim Sun, analista sênior da HashKey Group, o recente aumento na atividade da rede, especialmente com memecoins e contratos perpétuos, indica uma maturação do ecossistema on-chain. Além disso, o volume quase triplicado reforça o interesse renovado dos traders, mesmo diante de riscos regulatórios e volatilidade externa.
Essa consolidação pode ser interpretada como preparação para um novo movimento direcional. Portanto, caso o BNB mantenha suporte acima de US$ 1.055, a probabilidade de retomada de alta se fortalece. Caso contrário, uma perda desse nível técnico pode acionar ordens automáticas de venda e ampliar a pressão baixista.
Bitcoin falha em manter os 110 mil dólares e reacende a volatilidade
O Bitcoin chegou a romper brevemente os US$ 114 mil após o Federal Reserve (Fed) sinalizar abertura para que empresas cripto tenham acesso a sistemas de pagamento oficiais. Entretanto, o entusiasmo durou pouco. Logo após o anúncio, declarações do presidente americano sobre possíveis tarifas contra a China elevaram a tensão global. Assim, o BTC devolveu os ganhos e caiu para US$ 108 mil antes de estabilizar-se levemente acima desse patamar.
O episódio demonstrou, mais uma vez, a sensibilidade do mercado às variáveis macroeconômicas. Além disso, a correção provocou liquidações multimilionárias, afetando centenas de traders alavancados. Ainda assim, a capitalização do BTC permanece em US$ 2,16 trilhões, com domínio de 57,5% sobre as altcoins.
Entre as demais criptomoedas, Ethereum (ETH) testou US$ 4.100 antes de cair para US$ 3.850, enquanto Solana (SOL), XRP, Dogecoin (DOGE) e Cardano (ADA) seguiram estáveis. Em contraste, Zcash (ZEC) e ChainOpera AI (COAI) registraram ganhos expressivos de 10% e 57%, respectivamente, reafirmando a diversificação de forças dentro do mercado.
Volatilidade seletiva e nova fase de transição
O cenário atual revela um mercado em transição. Embora o Bitcoin mantenha domínio estrutural, a força demonstrada por tokens como ZEC e o comportamento resiliente do BNB mostram que os ciclos de alta e correção seguem cada vez mais setoriais. Portanto, os próximos dias devem ser decisivos para confirmar se o movimento atual é apenas pausa técnica ou o início de uma nova tendência. Assim, investidores atentos podem encontrar oportunidades únicas em meio à oscilação controlada que domina o mercado.
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