O surgimento dos NFTs baseados em Taproot no Bitcoin gera controvérsia

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“Puristas” podem não gostar da ideia de cunhar NFTs na rede do Bitcoin. Imagem: Livecoins

NFT na rede Bitcoin?!

Desde 2021, é possível criar NFTs (non-fungible tokens) no Bitcoin, totalmente na cadeia, com até 4MB de dados, permitindo a publicação de curtos vídeos e até mesmo do whitepaper Satoshi na blockchain. Isso pode permitir que a criptomoeda compita com o Ethereum, que domina o mercado de NFTs, mas nem todos estão satisfeitos.

O CEO da Blockstream, Adam Back, chegou a sugerir a censura. No entanto, ele posteriormente retirou o comentário, argumentando que “podemos educar e encorajar desenvolvedores que se preocupam com o uso do Bitcoin a não fazer isso, ou fazê-lo de uma maneira prunável e eficiente em espaço, como um selo de tempo”.

Atualmente, a forma utilizada pelo Ordinals é armazenar os dados na parte da transação destinada a segregar os testemunhos, fornecendo um desconto de 75% nas taxas de transação para outros dados, tornando a criação de NFTs muito barata, custando cerca de $20, enquanto custaria cerca de $140 no Ethereum.

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Os dados também são passíveis de serem descartados, desde que não precisem ser armazenados no UTXO, a memória de transações de um nó, embora um nó sincronizado precise baixá-los. Além disso, os NFTs são representados por satoshis e sua numeração serial é usada para diferenciá-los, possibilitando a atribuição de dados graças à atualização Taproot em 2021.

Essa brecha foi criada para facilitar contratos inteligentes no Bitcoin, mas agora está sendo usada para armazenar imagens de cães. O NFT é uma string longa de números e letras na cadeia, que precisa de software especial para ser traduzido em uma imagem real. Transações normais não teriam a parte destacada, mas software modificado, como o Ordinal, pode inseri-la.

O site do Ordinal não parece ter uma plataforma de venda e, como é comum em projetos de Bitcoin, o design do site é insuficiente, parecendo amador. No entanto, permite visualizar as últimas imagens em Satoshi, pagando aos mineradores pela inclusão. Os defensores argumentam que isso beneficonta a rede, pois adiciona à subvenção dos mineradores, mas os oponentes argumentam que é uma maneira muito ineficiente de armazenar imagens.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.