Um candidato presidencial pró-Bitcoin e anti-peso venceu as eleições primárias na Argentina, impulsionando o interesse pelo Bitcoin no país

Após um candidato presidencial pró-Bitcoin liderar as eleições primárias argentinas, o Bitcoin alcançou um recorde histórico em relação ao peso argentino, sendo negociado a $10.258.244,60 ARS, representando um aumento de 21% nos últimos 5 dias.

Pressão sobre o Peso

O Bitcoin mostrou um desempenho notável em relação ao peso argentino devido à alta inflação dessa moeda. Com a taxa de inflação anual do país subindo para 115% no último mês, em comparação com 98% em janeiro, o BTC teve um aumento de 76% em dólares este ano, mas cresceu 249% em relação ao peso no mesmo período.

Após as eleições primárias da Argentina, o líder do partido La Libertad Avanza, Javier Milei, ganhou mais de 30% dos votos, impulsionando o aumento do Bitcoin em relação ao peso. Milei é um crítico da inflação e busca abolir o banco central argentino, substituindo o peso pelo dólar. Ele também defende o uso do Bitcoin para enfrentar problemas inflacionários, já que sua oferta fixa de 21 milhões de moedas é considerada um possível hedge contra a inflação.

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Conforme afirmou o político em entrevistas anteriores:

O que o Bitcoin representa é o retorno do dinheiro ao seu criador original: o setor privado.

Acrescentou:

Bitcoin tem um algoritmo que um dia vai chegar a um certo valor, e não tem mais, e pode competir com outras moedas.

A Argentina é atualmente um dos 20 principais países para adoção de criptomoedas em todo o mundo, de acordo com dados da Statista e da Chainalysis.

A Argentina pode erradicar o peso?

Após o êxito surpreendente de Milei no domingo, o governo argentino desvalorizou o peso em 20% na segunda-feira, coincidindo com o aumento do Bitcoin contra a moeda. Essa desvalorização impacta negativamente os moradores, reduzindo seu poder de compra em tempo real.

Marta Gisela Barrera, uma recicladora de 29 anos, expressou sua preocupação com o aumento do dólar, tornando as coisas mais caras e afetando sua capacidade de alimentar seus filhos. Se Milei se tornasse presidente após a eleição de outubro, ainda seria necessário o aval do Congresso para substituir totalmente o peso. Ele sugeriu a possibilidade de um referendo ou “voto popular não vinculante”, mas a viabilidade disso sem apoio legislativo ainda é incerta.