LibertyCon 2018: evento dedicou espaço para criptomoedas
Criptomoedas tiveram espaço dedicado durante congresso liberal
No último fim de semana, ocorreu em São Paulo a LibertyCon 2018. A edição deste ano bateu recorde de participações, com mais de 800 inscritos.
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Talvez o motivo responsável pelo recorde acima mencionado esteja vinculado com um novo espaço dedicado no evento, considerado o maior congresso de cunho liberal do país.
Em um esforço liderado pela Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain, uma “cripto sala” foi inserida no congresso. O espaço contou com a presença de especialistas e representantes de grandes empresas da cripto esfera, como Coinext, Stratum, Huobi, Coinwise, 3XBit, Ripio e Wise&Trust.
Fernando Miranda, CEO da Students for Liberty no Brasil, organização responsável pela realização do congresso, afirmou:
“As criptomoedas são o ápice da descentralização, um projeto disruptivo baseada na iniciativa dos indivíduos. É um conceito extremamente alinhado aos ideiais libertários.”
O gerente de novos negócios da Wise&Trust, também presente na cripto sala, Rudá Pellini, mencionou a forma como as criptomoedas têm sido utilizadas na Venezuela, agindo como moeda alternativa ao bolívar soberano.
“Muitas das remessas do exterior para familiares, por exemplo, têm chegado à Venezuela por meio do sistema das exchanges”, exemplificou.
Rudá ainda completa sua passagem falando sobre mineração, que, em sua opinião, é forte, mesmo com as proibições governamentais.
“Como o custo da energia é muito baixo, a mineração torna-se bastante atraente. Mas é um risco, já que o governo proíbe a atividade. O curioso é que o governo proíbe, mas há diversos relatos de que o próprio governo e até mesmo militares estejam explorando a mineração de criptomoedas”, completou.
De fato, as criptomoedas têm ajudado os cidadãos venezuelanos a sobreviverem em meio à super inflação que assola o país. Conforme relatado pelo Webitcoin em julho, um cidadão venezuelano estava solicitando doações em criptomoedas através do subreddit da Nano, a fim de adquirir alimentos para pessoas próximas.
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Lucas Ferreira, gerente de comunidades da Ripio e co-fundador do Radar BTC, tocou na possibilidade do Bitcoin ser uma opção de investimento viável até para os indivíduos mais conservadores:
“É uma forma de se prevenir contra uma eventual crise no sistema financeiro tradicional”, disse. “Uma vantagem do bitcoin é que ele não está correlacionado com nenhuma outra aplicação tradicional. Em uma situação de crise, quando as aplicações são quase todas afetadas, o bitcoin segue ileso”, acrescentou.
De fato, as palavras de Lucas merecem mérito. Satoshi Nakamoto, ao idealizar o Bitcoin e lançar seu white paper, viu na criptomoeda uma forma de contornar o sistema financeiro tradicional e manter os indivíduos ilesos quando tal sistema colapsar.
Figuras políticas de alinhamento liberal, recém eleitas, também marcaram presença na LibertyCon. Daniel José (Novo-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP), Bruno Souza (PSB-SC) e Thiago Mitreaud (Novo-MG) foram alguns dos presentes do meio político.
Por fim, a blockchain foi até mesmo reconhecida por um indivíduo da esfera política. Vinicius Poit, deputado federal eleito pelo Partido NOVO (SP), defendeu ideais libertários, como o empreendedorismo e a livre iniciativa, bem como a redução de custos na máquina pública. Nesse ponto, ele reconheceu a utilidade da tecnologia de registros distribuídos:
“As novas tecnologias, como a blockchain, são peças-chave nesse processo e precisam ser melhor exploradas”, disse.
Fonte: ABCB