Por que Solana sofreu mais que os outros com o colapso da FTX?

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Número do azar: Solana registrou 13 quedas de rede ao longo do ano. Imagem: Reprodução

Rede pouco confiável pode ter sido uma das causas que levaram a uma queda acentuada durante a semana

Solana vai mal no semanal

O mercado cripto foi severamente afetado no curto prazo com a insolvência da FTX, que já foi a segunda maior exchange global. Entretanto, a Solana (SOL) sofreu mais que todos os seus concorrentes no gráfico semanal, segundo dados do CoinMarketCap.

Quando este artigo foi escrito, o ativo registrou queda de 18,03% ao longo dos últimos sete dias. O colapso da FTX foi iniciado no dia 8 de novembro, quando Changpeng Zhao (“CZ”), CEO da Binance, avisou que venderia todo o seu saldo de FTX Token (FTT).

No gráfico diário, o preço médio unitário do token SOL caiu 2,94%. Nenhuma das dez criptomoedas mais proeminentes em volume de mercado registra queda superior a 1% dentro do mesmo período.

A situação estava ainda pior durante o pico da crise da FTX: o ativo chegou a desvalorizar 51%. Apesar da recuperação, continua tendo a pior performance entre as 15 principais criptomoedas.

Instabilidade incessante

Ao longo deste ano, a rede Solana registrou 13 interrupções. O pior “apagão” ocorreu no dia 6 de janeiro; durou 16 horas e 24 minutos.

No dia 8 de novembro, quando a FTX começou a ruir, o protocolo DeFi Solend disse que transações estariam falhando por conta de problemas na rede.

Deixando as tecnicidades de lado, a diferença é que os protocolos acima da Solana, em volume de mercado, jamais enfrentaram dores de cabeça semelhantes. Todos são capazes de executar suas respectivas redes de maneira ininterrupta.

Por mais que o projeto seja promissor e ofereça soluções imprescindíveis para a utilização mainstream da tecnologia blockchain, falta solidez e confiabilidade em sua rede. Parece que, mesmo após quase um ano, os desenvolvedores não fazem ideia sobre como resolver o problema.

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Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.